Aerograma

Isento de Porte e de Sobretaxa Aérea

27  09 2008

Eles andem aí

Com o fim da época do cacimbo vieram dias um pouco mais húmidos. Com eles chegou também uma nova vaga de mosquitos. Agora são mais numerosos e tenazes que os da época seca. Começam a encontrar as falhas nas redes mosquiteiras, a desafiar os repelentes e os insecticidas.

Ao fim da tarde surgem, vindos não se sabe bem de onde, com um zumbido irritante, difícil de localizar. Quando se dá por eles, já nos ferraram. Os bobões deixados pela sua picada não são só incómodos. São perigosos. Os mosquitos são o vector da malária, a doença que martiriza África. Para quem tem acesso a serviços de saúde que funcionem, as consequências não são graves e o tratamento existe, mas para os que nada têm…

O meu conselho continua a ser simples:

«Se não queres ter paludismo, bate as palmas!»


«Clap! Clap!»

Acerca do autor

1

Nascido no século passado com alma de engenheiro, partiu para Angola, de onde envia pequenos aerogramas.

9 respostas a “Eles andem aí”

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  1. Quem não tem acesso aos serviços de saúde que funcionem contribuem para as estatísticas que rondam 1 milhão de óbitos por ano em áreas remotas da África com difícil acesso ao serviço de saúde. Podemos dizer que 90% dos casos de transmissão da malária do mundo ocorrem em África Sub-Sahariana, os outros 10% se dividem entre os 21 países incluindo América, Europa, sudeste Asiático e região leste do Mediterrâneo.
    Bata muitas palmas! 🙂

  2. Se a solução, ou parte dela, para combater a malária passar por bater as palmas, podes, para que o gesto não se torne tão repetitivo, dançar umas sevilhanas, com castanholas e muitos olés. A inesperada “mise-en-scène” vai hipnotizar ou, quem sabe, assustar qualquer mosquito dançador de Kuduro.

  3. Ontem fui á consulta de viajante para ir aí passar uns dias.Saí de lá completamente desanimada porque estava a pensar ir para Luanda definitivamente em Janeiro com a minha bébé…a médica disse que como ela tem 13 meses ainda é cedo porque as defesas dela ainda são poucas.Sabem-me dizer como é que as pessoas que têm bébés fazem aí em Luanda? Os filhos dos emigrantes…
    🙁

  4. Não tenho visto muitos expatriados de colo, mas estou seguro de que os há.
    Não sei até que ponto o medo doentio das doenças é justificado. Desde que se tomem algumas precauções as coisas são seguras.

    Crianças em Luanda é coisa que não falta, mas são mais resistentes às doenças locais que as ocidentais.

    Na consulta do viajante também me garantiram que havia de estar doente dia-sim, dia-não e que só de respirar contrairia uma doença tropical esquisita. Levei uma farmácia bem apetrechada. Em quase quatro meses, tomei dois anti-gripais…

  5. O meu maior receio é mesmo a malária!
    Mas as outras vacinas também não são 100% eficazes! Decisão DIFÍÍÍÍÍÍÍCIL…
    Obrigada na mesma!

  6. Afonso, posso dar a minha opinião à Gilda?

    Antes da minha vinda também achava que existiriam poucos bebés e crianças, filhos de expatriados… Como me enganei. Se fores dar um passeio pela ilha, a um Domingo podes ver imensos bebés e crianças pequenas a brincar na praia. Bebés de colo, mesmo. E ainda na minha última viagem a PT, iam no avião no mínimo umas 6 crianças de colo. Conheço várias crianças que frequentam a escola portuguesa e conheci inclusivé, um professor que dava aulas lá e que estava cá com 4 crianças, duas delas com menos de 6 anos. Nunca tive conhecimento que os pequenos tivessem ficado doentes. Como em tudo, é preciso ter cuidado. Não comer certas coisas fora de casa (como saladas, p. ex.), em saídas nocturnas preparar um repelente para potenciais mosquitos… Em dois anos de Luanda, nunca fiquei doente. Não durmo com mosquiteiro, lavo os dentes com água da torneira, nunca tomei os medicamentos para a malária. Aliás, esse é um dos aspectos que só quem não tem conhecimento da realidade é que os toma e “receita”. Os efeitos secundários são muitos e maus, não evita que se apanhe a doença e, até retarda os sintomas, caso se tenha apanhado. Como em tudo, nada como ter certos cuidados, para se dar bem por estas paragens. Mas atenção que falo sobre Luanda.
    Em suma, Gilda, eu não tenho filhos mas, não me faz confusão nenhuma se os tivesse cá. Desde que tenhas cuidados com o bebé, acho que a tua estadia que, ao que me parece é temporária, em nada o vai prejudicar. Talvez no caso dele, seja mesmo melhor ter o mosquiteiro, por exemplo, mas a nível de alimentação, não creio que o bebé tenha problemas. E não me parece que vás pôr o bebé a comer uma lagosta, certo? :o)

    Abraço

  7. Afinal é definitivamente… :o) Só agora vi!

  8. Estamos neste momento a ligar o insecticida líquido e a espalhar o Previpiq no lombo. Há aqui uma anopheles com sede de hemoglobina…

    Taquetinha, ou levas na trombinha!

  9. Depois de alguns meses out, só agora é que vi a sua mensagem!
    Obrigada Migas 🙂
    Está decidido, agora em Abril vou viver definitivamente para Luanda com a minha filha de 18 meses!
    Espero k essa vacina venha rápido!
    Bjs

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