Aerograma

Isento de Porte e de Sobretaxa Aérea

23  09 2009

Ruína esquecida

Um pouco por toda a parte vemos que o passado vai sendo substituído pelo futuro. Por vezes, o futuro é indeciso e, no meio da incerteza, o passado acaba por desistir de esperar.

Em Queluz de Baixo, há muito anos que uma casa imponente se tem vindo a degradar. Agora é apenas uma ruína desprezada, embora se possa adivinhar a glória de outrora.

Casa arruinada
A ruína

Alguns projectos interessantes foram propostos para recuperar o edifício, mas todos acabaram por ficar no esquecimento. Ano após ano, a degradação foi avançando. Um incêndio completou o que a queda do telhado começou e do interior já pouco sobra.

Friso pintado com ramagens
Detalhes

Os pombos são os actuais inquilinos, aproveitando esta espécie de hotel de luxo, cheio de poleiros e locais abrigados para fazer os ninhos. Ficam a salvo dos gatos, que fazem incursões esporádicas ao rés-do-chão. Depois do incêndio, nem os drogados regressaram.

 Dois pombos à janela
A renda é baixa e a vista desafogada

Enquanto esperam pelo autocarro, as pessoas sentadas no abrigo olham para a porta entreaberta do casarão. Será que imaginam quem entrava e saía nos seus tempos áureos?

Porta verde entreaberta
Gosto de portas

Acerca do autor

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Nascido no século passado com alma de engenheiro, partiu para Angola, de onde envia pequenos aerogramas.

3 respostas a “Ruína esquecida”

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  1. Caro Elmiro

    Muito boa noite.

    Muito obrigado pela sua informação sobre a Clínica Fidelidade.

    Embora tenha saído de Luanda em Junho de 1975, com a idade
    de 3 meses, foi uma alegria enorme saber um pouco mais
    do meu passado. Só tenho pena de não ter tido oportunidade
    de viver os tempos gloriosos de Angola.

    A minha mãe viveu lá muitos anos, e jamais esqueceu aquela
    terra, e continua a considerá-la a terra do seu coração.

    Quem sabe se não se cruzou com os meus país em Luanda,
    nessa altura ?

    Aceite um abraço tropical de
    José Vila Santa Correia de Sousa

  2. Se o Afonso me dá licença permito-me daqui agradecer as palavras do José Vila Santa Correia de Sousa e retribuir o abraço. Compreendo a sua curiosidade pelo sítio onde nasceu. O Aerograma tem contribuído para que as nossas memória seja mais rica.
    Abraços (para o José e para o Afonso)
    elmiro

  3. Segui as indicações enviadas para tentar localizar a Clínica Fidelidade, mas não encontrei nenhuma referência à mesma nos letreiros e portas da rua.

    Mesmo assim, quando tiver oportunidade, vou perguntar a um dos mais-velhos da rua.

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