Aerograma

Isento de Porte e de Sobretaxa Aérea

17  11 2009

Para ti, que me esperas

Sonhei que te beijava o pescoço e te fazia rir, com aquela risada tímida que me faz sorrir também e ter vontade de te fazer rir de novo. Sonhei que te passava os dedos pelo cabelo, que te afagava o ombro enquanto dormias, ou que olhava simplesmente para ti como às vezes te apanho a olhar para mim. Acordei triste. Abri os olhos e não estavas lá.

Há dias em que as saudades se transformam num bicho feio que se esconde debaixo da cama e nos atormenta o sono invocando tudo quanto nos faz falta.

Falta pouco, vou dizendo, com a certeza de que já perdemos demasiado. Mas o futuro ainda está por escrever e faremos por compensar. Parabéns, esposa!

Acerca do autor

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Nascido no século passado com alma de engenheiro, partiu para Angola, de onde envia pequenos aerogramas.

3 respostas a “Para ti, que me esperas”

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  1. Há dias muito dificeis, mas a cada dia que passa a luz ao fundo do túnel está cada vez mais perto… e teremos tantos dias para aproveitar juntos e tudo será compensado.
    Não existem soluções perfeitas e sei que desta experiência iremos aproveitar melhor o tempo em conjunto.
    Por todo o sacrificío que fazes para uma vida a dois melhor só te posso dizer:

    Amo-te meu esposo e companheiro

  2. Desculpem se comento algo tão pessoal, mas vivi 4 longos meses exactamente com este misto de sentimentos, e por esse motivo resolvi “embarcar” nesta louca aventura que foi vir para Luanda para junto do meu marido. Havia dias e noites tão tortuosas que eu achava impossível aguentar tanta saudade, e eu tinha os “nossos” bébés comigo mas a falta da minha cara metade, era demasiado dura de viver. Cristina, sabia que o meu António fazia exactamente o que o seu marido faz, lutava para nos proporcionar uma vida melhor mas havia dias que nem isso acalmava o meu coração, chorei muito assim como o meu marido e resolvemos que abraçar esta nova vida, já que há sacrificio então será para ambos, trouxe os meus filhotes e vamos passar este Natal aqui em Luanda.
    Voltar a Portugal, só o faremos no final do ano que vem.
    Para si Cristina um grande beijo de admiração pela sua força e coragem, porque nada disto é fácil, para si Afonso, força que melhores dias hão-de vir.
    Um bem haja a ambos
    Familia Fernandes

  3. O caminho não tem sido nada fácil, mas sempre o encarámos como algo que tinha de ser vencido. E já faltou mais.

    Obrigado pelo encorajamento!

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