Aerograma

Isento de Porte e de Sobretaxa Aérea

15  03 2010

Os brancos e amarelos são todos iguais

Para quem não está habituado a ver gente diferente daquela com quem convive, os estrangeiros parecem ser todos iguais. Distinguimo-nos uns dos outros pelas diferenças que encontramos em relação à imagem de pessoa que cada um cria. Se há uma característica demasiado diferente, essa será a única em que reparamos até que nos habituemos a ela.

Da mesma maneira que, quando cheguei a Angola, me sentia incapaz de distinguir o brilho que identifica os angolanos, para os negros que não convivem habitualmente com brancos, parecemos todos iguais.

Brilho angolano
Brilho angolano

No interior, pele clara é sinal de estrangeiro. A nacionalidade do estrangeiro é mais difícil de determinar, sendo geralmente adiantada a mais habitual. As crianças, que nunca mentem, são os melhores indicadores dos estrangeiros mais comuns da região. No Kwanza Norte, com a pele clara e o cabelo preto, todos os miúdos se põem a apontar para mim e a dizer «Chinês, chinês!». Não é difícil adivinhar quem são os homens brancos a que estão habituados.

Acerca do autor

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Nascido no século passado com alma de engenheiro, partiu para Angola, de onde envia pequenos aerogramas.

Uma resposta a “Os brancos e amarelos são todos iguais”

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  1. Caro Afonso,

    Muito bons seus textos. Esse está lindo, um bom exemplo para aulas de introdução à antropologia.
    Amanhã saio do Rio para Luanda e já comecei a viajar lendo seu blog.

    Um abraço,

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