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08 2010

Alentejo profundo

O Alto Alentejo é uma das regiões do país que mais gosto de visitar. Representa, para mim, uma faceta do Portugal profundo que ainda não perdeu a identidade. Talvez porque o povoamento menos disperso que no resto do país permita que as terras sobrevivam com a partida de muitos dos seus filhos para o litoral.

Distingue-se do Baixo Alentejo não porque os horizontes fiquem mais pequenos, mas porque os montes, atrás dos quais tudo se esconde, são mais numerosos, tornando a calmaria da planície num mar revolto, com espuma de sobreiros e azinheiras.

Neste Alentejo que é um Portugal profundo conseguimos encontrar sítios recônditos, fora das rotas traçadas pelas vias rápidas, que são um verdadeiro Alentejo profundo, que vive a um ritmo próprio, segundo regras ditadas pela terra e pelas gerações.

Miradouro de Seda
Miradouro sobre a Ribeira da Seda

Cada povoação, mesmo que com muitas casas fechadas, à venda ou para arrendar, mostra com orgulho o que tem de melhor. Por vezes, o simples facto de se ter colocado uma placa informativa, mostra que as pessoas dão valor ao que é seu e gostam de o mostrar.

Na Vila de Seda, uma pequena povoação do Concelho de Alter do Chão, que viu momentos áureos em épocas passadas, quando lá se erguia uma fortificação sobranceira a um braço da Ribeira da Seda e chegou mesmo a ser Concelho, os seus habitantes não perderam o orgulho na terra e demonstram-no de várias maneiras, uma delas sob a forma de um miradouro. Uma estrutura simples abre janelas sobre os montes que se encadeiam e escondem uma das mais bem conservadas pontes romanas em Portugal, sobre a mesma ribeira.

Coordenadas aproximadas (WGS84): N 39º 11.630′ W 7º 47.250′

Acerca do autor

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Nascido no século passado com alma de engenheiro, partiu para Angola, de onde envia pequenos aerogramas.

4 respostas a “Alentejo profundo”

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  1. Quem diria que ao procurar mais uma notícia da minha terra, hoje iria encontrar notícias dos locais onde vivo!!!
    Só um reparo: Em Seda! Não na Seda

  2. “Na Seda” ou “em Seda” faz-me lembrar a discussão que ouvi “Na Cuba” (a do Alentejo), há alguns anos, em que dois teimavam que era “Em Cuba” e os restantes “compadres” recusavam a que fosse outra coisa que não “Na Cuba”.

    Mas se é uma local que o diz, corrijo-o!

  3. Aqui fica uma foto da ponte romana. Ainda se passa na romana, ou já foi inaugurada a variante?
    Abraço
    http://www.facebook.com/photo.php?pid=834132&id=1613501670#!/photo.php?pid=30858420&id=1573164656&ref=fbx_album

  4. Ja se passa na variante 🙁

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