Aerograma

Isento de Porte e de Sobretaxa Aérea

29  08 2010

Marco dos correios

Os marcos de correios de ferro fundido dos anos cinquenta, espalhados por portugal e colónias. Simbolizavam não só o Estado, mas também a ligação ao mundo. Ainda hoje, na sua maioria, resistem ao tempo, mas começam a sofrer com a modernidade. Cada vez se escrevem menos cartas e, acima de tudo, os Correios passaram-nos a encarar como um empecilho em vez de missão. É preciso enviar alguém abrir os marcos e levar as, cada vez menos, cartas à estação. Um salário e combustível. Seria tão mais simpático se as pessoas se deixassem de mandar cartas e postais ou que as fossem entregar directamente na estação de correios mais próxima e que, de passagem, comprassem também um livro ou uma colecção de bordados típicos e um serviço Vista Alegre, convenientemente expostos na mesma.

Marco de Correios
São nove da manhã e a última recolha foi ontem. Deixo a carta?

Para desabituar as pessoas de usar os marcos e, a dada altura, poder justificar a sua venda para a sucata por falta de uso (e tanto ferro fundido deve valer uma fortuna), os CTT optaram por assustar as pessoas. Não coloque correio no marco, porque pode ser roubado.

Sinceramente, com a quantidade de cartas que se enviam por dia, o único ladrão que se lembraria de assaltar um marco do correio seria um coleccionador fanático de selos não carimbados. Mas isso daria mais trabalho e chatices do que ir comprá-los à estação. Já agora, trazia também uns discos de folclore queniano.

Acerca do autor

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Nascido no século passado com alma de engenheiro, partiu para Angola, de onde envia pequenos aerogramas.

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