Aerograma

Isento de Porte e de Sobretaxa Aérea

16  01 2012

Nem para ti és boa, Microsoft

Durante muitos anos usei exclusivamente um computador portátil para quase tudo. Nos primeiros tempos senti falta do teclado completo dos computadores de secretária, mas, como tudo na vida, fui-me habituando. Agora, que estou em casa, e o portátil passa mais tempo na secretária ligado ao monitor grande, o teclado grande tornou-se indispensável – os computadores portáteis não são desenhados para ser cómodos a escrever.

Aproveitando uma avaria no rato, resolvi perder o amor a alguns tostões e comprar um teclado e rato sem fios novos. A decisão não foi fácil, porque há dezenas de modelos e marcas diferentes. Alguns têm aspecto sólido, outros um toque desagradável e outros ainda, preços de fugir.

Apesar de cada vez apreciar menos os programas da Microsoft, tenho de reconhecer que o equipamento que vendem costuma ser bom. Ratos e teclados duráveis e bastante agradáveis de usar são a norma. Acabei por escolher um conjunto desta marca, embora me tenha causado uma certa estranheza anunciarem como característica decisiva e inovadora ter uma tecla Windows. Julgava que já era de tal modo padrão que ninguém se atrevesse a desenhar um teclado sem ela.

Chegado a casa, desempacotei tudo, meti as pilhas nos compartimentos devidos e liguei o receptor a uma porta USB. Como estava a trabalhar em Linux, temi que a maioria dos botões amaricados que adornam a parte superior do teclado (que servem para abrir o correio ou ajustar o volume ou o zoom) não funcionassem, ou que o rato não respondesse adequadamente. Enganei-me. Tudo funcionou melhor do que o esperado sem sequer ter de configurar nada.

No dia seguinte, liguei o computador e escolhi o Windows como sistema operativo. Para minha surpresa, nem teclado nem rato davam sinais de trabalhar. Ao fim de alguns minutos, começaram a funcionar, mas nem por isso de modo satisfatório. O rato, a principal razão que me levou a comprar também o teclado, funcionava pior que o avariado e os botões adicionais que tão bem funcionavam no Linux, estavam como que paralisados.

Descobri então porque razão havia um CD dentro da caixa. Sem ele, o equipamento Microsoft não funciona devidamente em sistemas operativos Microsoft. Deve ser a primeira vez que alguma coisa funciona muito melhor na concorrência que na própria marca. A Microsoft lá terá as suas razões…

Acerca do autor

1

Nascido no século passado com alma de engenheiro, partiu para Angola, de onde envia pequenos aerogramas.

2 respostas a “Nem para ti és boa, Microsoft”

Nota: Comentários mal-educados, insultuosos ou desenquadrados serão apagados.
  1. E onde estão o rato e teclado antigos?…. 🙂

  2. O teclado antigo é o do próprio portátil…

Deixe uma resposta

Nota: Os comentários apenas serão publicados após aprovação. Comentários mal-educados, insultuosos ou desenquadrados serão apagados de imediato.

« - »