Aerograma

Isento de Porte e de Sobretaxa Aérea

08 2008

Febres tropicais

Quando estava a preparar-me para vir para Angola avisaram-me que as doenças de cá são terríveis. Que não me livrava de umas febres tropicais e de umas diarreias valentes nas primeiras semanas.

Até agora não tive nada disso. Por uma vez ou outra, senti a barriga às voltas, mas nada de apoquentar. Ainda não apanhei paludismo, febre-amarela, dengue, hepatite ou espondilose-das-criadas-de-servir, como o Jerome K. Jerome (que escreveu “Três homens num bote”).

Acontece que, lá no escritório, uma das máquinas de ar condicionado avariou. A minha sala passou a ser um forno, entalado entre a sala fria e a sala gélida. Sempre que abria a porta, lá vinha o belo choque térmico. Ao fim de uma semana comecei a sentir a garganta quente. Depois vieram as febres baixas, que acabaram com uns espirros. Foi a primeira vez que estive doente em Angola…

O ar condicionado foi reparado. As drogas modernas fizeram o seu trabalho. Estou pronto para outra.

Cá para mim, essa história das doenças tropicais serem terríveis, não passa de um mito.

Acerca do autor

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Nascido no século passado com alma de engenheiro, partiu para Angola, de onde envia pequenos aerogramas.

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