As máquinas dos carregadores
Afonso Loureiro
Junto dos principais mercados de Luanda encontram-se sempre carregadores prontos a entregar algumas centenas de quilos de cimento, peixe congelado ou grades de cerveja em qualquer parte da cidade. Os triciclos motorizados começam a ser mais frequentes, mas o carrinhos de mão ainda reinam.
Os restos de uma palete, muitos pregos e a roda de um automóvel são transformados num carro que foi evoluindo em função das necessidades. Duas plataformas convergentes permitem que a carga se equilibre sobre a roda sem grande esforço. Quando vazios, estes carrinhos são empurrados na vertical, usando os pés como pegas, o que facilita as manobras.
Carros de mão
Na província, com caminhos menos planos, os carrinhos de uma só roda não são tão adequados. A necessidade ditou que se construísse uma versão diferente, mais estreita e com duas rodas. Parecem trotinetes de madeira, com um guiador alto para se poder controlar a direcção sobre a carga.
Trotinete de carga
A versão do campo, com rodas de madeira e as peças esculpidas à mão, é bem mais artesanal que a da cidade, que recicla materiais. Os rapazes do campo sabem que as suas máquinas são muito mais divertidas que os carrinhos de mão da cidade. Afinal de contas, quando não há nada para transportar, uma descida na estrada pode ser feita como se fossem de mota.
Transporte tradicional
Não podemos deixar de admirar o engenho e empenho dedicados à criação destas máquinas que os graúdos usam para ganhar a vida e os miúdos para fazer corridas.
Ah! Assim como os “iaces” são os candongueiros (eu prefiro chamar-lhes “azuis-filhos-da-fruta”…) e os moto-taxi são os kupapatas a estes “carrinhos” ou trotinetes de transporte chamamos Robocops…não sei porquê, mas vou perguntar e depois informo.
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