Aerograma

Isento de Porte e de Sobretaxa Aérea

27  06 2010

Ressaca do obturador

Depois de dois anos sempre munido da máquina fotográfica, procurando registar tudo o que via, vejo-me agora na situação oposta, a de não a levar e sentir a falta de registar os pormenores que me despertam a atenção.

A câmara que me tem acompanhado desde que parti para Angola já conta com mais de trinta mil disparos e isso talvez explique porque me habituei a registar na chapa aquilo que sei se irá desvanecer na memória. Por outro lado, ainda bem que agora a deixo em casa. Começa a ser impossível gerir, catalogar e, sobretudo, apreciar as fotografias antigas.

Autocolantes antigos
Pormenor em Luanda

Terei de encontrar um meio termo, mas acabado de regressar, até com as coisas conhecidas a cheirar a novidade, é difícil esquecer o hábito de enquadrar e esperar pelo barulho do obturador.

Acerca do autor

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Nascido no século passado com alma de engenheiro, partiu para Angola, de onde envia pequenos aerogramas.

4 respostas a “Ressaca do obturador”

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  1. ..no enfiamento da ressaca do obturador, pois só quem experenciou , sabe , porque, o teve á flor da pele do dedo.

    …a minha curiosidade entretanto por saber, o que o Afonso fez em Angola em termos “do Geógrafo”. É que eu estou interessado em informação geográfica sobre o Kwanza Sul. Quero dizer, para além de todo aquele levantamento cartográfico feito no período antes independência, se existe algo actualizado ( feito no pós independ…). Como pretendo realizar um estudo Antropológico ( participação observante) partindo da etnia Sumbi / Sumbe, agradecia a S/ possível ajuda.
    A orografia, a hidrografia, a toponímia, são algumas das vertentes a explorar.

    Parabens pelo blog por ser um documento que considero de valor Patrimonial e de abragência multidisciplinar.

    Obrigado

    KimdaMagna

  2. KimdaMagna,

    Ainda bem que gosta do Aerograma. O objectivo de preservar as memórias e partilhar as experiências tem sido conseguido.

    No período do pós-independência houve campanhas de actualização da cartografia colonial, mas quase sempre se continuam a basear nos voos dos anos sessenta. Houve algumas correcções da toponímia e a indicação de quais as estruturas destruídas e abandonadas.

    Se só dispuser da cartografia colonial, a hidrografia e orografia estão actuais e na toponíma, algumas coisas estão grafadas de maneira diferente e outras mudaram para os nomes tradicionais ou politicamente correctos.

    As informações mais actualizadas (embora já datadas de algumas décadas) podem ser obtidas no IGCA.

  3. …Grato então pelas informações.
    kim

  4. “Por outro lado, ainda bem que agora a deixo em casa. Começa a ser impossível gerir, catalogar e, sobretudo, apreciar as fotografias antigas.”

    Arranjas tempo depois, para as apreciar. 🙂

    Quanto a geri-las, é um processo que ando ainda a aperfeiçoar. Para já, a base está no carregamento e renomeação automáticos para um disco externo grande Q.B., com dois outros de cópias de segurança e com gestão adicional pelo Picasa.

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