Aerograma

Isento de Porte e de Sobretaxa Aérea

30  12 2010

Central Elevatória de Águas

Um minúsculo núcleo museológico industrial esconde-se à vista de todos mesmo no centro de Évora, a dois passos do famoso Templo de Diana, que o ofusca. A Central Elevatória de Águas, com o seu ar sóbrio de instalação municipal em que as coisas funcionam sozinhas e a portas fechadas, está perfeitamente camuflada. Apenas um letreiro discreto nos avisa que é visitável e perdeu grande parte das suas funções originais.

No príncípio da década de 1930, para regularizar o fornecimento de água à cidade de Évora, construíram-se vários depósitos, um dos quais elevado e sobranceiro ao Templo de Diana. A água chegava aos depósitos mais baixos por gravidade, trazida do Rio Divor pelo aqueduto que se avista da Porta de Aviz. A estação de bombagem permitia transfegar a água para o depósito elevado, de onde seguia para a rede de distribuição.

Estação elevatória
Requinte em Art Déco

Se fosse construída hoje, seria uma cave com paredes de betão armado, as bombas num canto e o quadro eléctrico noutro, mas na época, uma instalação deste tipo merecia mais. O luxo de ter água canalizada em casa tinha de condizer com a face mais visível do projecto e as bombas foram montadas num pequeno edifício de estilo moderno, com o interior revestido a mármore de três cores e, pormenor de requinte, candeeiros Art Déco em mármore translúcido.

A visita é rápida, pois a sala é única e da pequena exposição de contadores de água não interessará mais que o contador do tipo Bastos com o mecanismo à vista. Mas garanto que compensa ir ver o aspecto elegante do interior do edifício.

Acerca do autor

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Nascido no século passado com alma de engenheiro, partiu para Angola, de onde envia pequenos aerogramas.

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