Aerograma

Isento de Porte e de Sobretaxa Aérea

14  04 2012

Colecção de sinais

Há poucos meses começaram as obras de requalificação do Largos Mouzinho de Albuquerque e Manuel da Costa e demais arruamentos vizinhos. Obviamente, a primeira coisa que fizeram foi cortar os plátanos que faziam sombra ao chafariz do Largo Mouzinho de Albuquerque. Por volta dessa altura, a Câmara Municipal de Sintra teve o cuidado de afixar nas portas dos prédios de toda a zona um plano de alterações de trânsito. Algumas ruas estariam cortadas durante os três meses que duraria a obra. Os três meses tornaram-se quatro, depois cinco e agora que findamos o sexto, quase adivinhamos que o oitavo não é de todo descabido.

A nossa rua não fazia parte do plano de corte de trânsito mas, apesar de ser rua de sentido único, não hesitaram e cortaram-lhe uma das pontas. Alguns dias apenas para fazer a ligação ao largo do Palácio, julgámos. As semanas foram-se passando e nada. A rua está cortada porque não se terminou ainda de asfaltar um troço com uma dezena de metros.

Entretanto, a sinalização foi sendo alterada, talvez para criar a aparência de trabalho de qualidade. O sentido único à entrada da rua foi substituído por um sinal de trânsito proibido excepto a moradores. Claro está que numa rua com oficinas e escritórios, ninguém faz caso disso. Depois acrescentou-se um sentido proibido, a que se seguiu um alerta para rua de dois sentidos. Entretanto, o camião do lixo continua a ter de fazer marcha-atrás umas centenas de metros sempre que faz a recolha, por não haver espaço para a inversão de marcha.

Colecção de sinais
A nossa modesta colecção de sinais

Nenhum destes sinais tem cadastro e, portanto, não existem legalmente. Para além disso, se se trata de sinalização temporária, deveria ter fundo amarelo e não branco, para identificar claramente que são excepções. Temos uma bonita colecção de sinais à entrada da rua, que se anulam uns aos outros, dispostos como se fizessem parte de uma exposição de arte moderna, mas o raio da obra não há meio de terminar.

Acerca do autor

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Nascido no século passado com alma de engenheiro, partiu para Angola, de onde envia pequenos aerogramas.

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