Aerograma

Isento de Porte e de Sobretaxa Aérea

08 2009

Concorrência desleal

Antes de começar, aviso desde já que este artigo não é para ser tomado à letra. Liguem o vosso filtro de humor negro, por favor.

 

Cá vai!

Segundo algumas vozes iradas, sou o pior inimigo dos animais em geral e dos cães em particular. Deleito-me a vê-los sofrer e, quando dou guinadas para os atropelar, solto risadas maléficas e estridentes, com os olhos raiados de sangue. Só de imaginar, comecei a salivar…

Rafeiro procura comida no lixo e na lama
Rafeiro de Luanda

Nem me vou dar ao trabalho de o negar, porque quem me conhece sabe que seria incapaz de maltratar um bicho, mas os que julgam que sou, nunca irão acreditar no desmentido.

Depois de me darem a conhecer esta minha veia sádica canina, resolvi capitalizar ao explorar um mercado pouco conhecido. Com base na minha fama, requeri uma licença ao Governo Provincial de Luanda para os direitos exclusivos do acto. Como se atropelam centenas de cães em Luanda todos os dias e não tenho capacidade de acudir a todas as situações, resolvi iniciar um sistema de franchising. Por cada cão atropelado na província de Luanda, receberia uma comissão de 10 Kwanzas, 15 se for um candongueiro a fazê-lo. O esquema tinha tudo para funcionar, mas ainda não vi uma única notinha. Parece que as provas do acto desapareciam misteriosamente.

Agora já sei porquê. A concorrência desleal de alguns dá-me cabo do negócio. Isto de ter congoleses a vender as provas ao quilo tem muito que se lhe diga…

Galinhas amarradas
Quase no churrasco

 

O filtro de humor negro pode ser desligado. Obrigado!

Acerca do autor

1

Nascido no século passado com alma de engenheiro, partiu para Angola, de onde envia pequenos aerogramas.

3 respostas a “Concorrência desleal”

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  1. Já que este blog é bem generoso com as memórias alheias, aí vai:
    Morei numa cidade (vila, lugarejo, por aí) onde as ruas eram de terra e as galinhas criadas soltas. De vez em quando alguma delas esbarrava nas rodas de algum carro.
    Caso o atropelador se desse ao trabalho de dar meia volta para socorrer a vítima, verificaria que, na maioria das vezes alguém já o teria antecedido no mister e removido a desafortunada do local da ocorrência.
    O almoço do socorrista estava sempre garantido.

  2. 😉

  3. Como em tantas outras coisas, no aproveitar é que está o ganho.

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