Moedas de papel
Afonso Loureiro
As moedas deixaram de circular há muito nos bolsos angolanos. A inflacção desvalorizava-as tão depressa que, muito antes de estarem gastas, se tornavam inúteis. De vez em quando lá se encontra uma caída no chão. Se as notas mais pequenas são olhadas de lado, estes cinco ou vinte kwanzas mais pesados ninguém quer.
Com a estabilização dos preços, o Governo angolano anunciou a reintrodução de moedas metálicas para breve, porque os poucos meses que duram as notas mais usadas são um verdadeiro desperdício.
Onde se gastam as moedas
Apesar de tudo, descobri que há moedas a circular em Angola. Vivem disfarçadas e só conversando com os angolanos somos capazes de as descobrir.
Como os hábitos morrem devagar e as moedas simbolizam trocos, os angolanos resolveram o problema instituindo as moedas de papel. Por cá, mesmo sem os discos metálicos a circular, há dinheiro e trocos. As notas grandes são notas e as de 200 kz para baixo são as moedas.
Não entendi bem. Hoje recebi umas moedinhas de troco. Mas a verdde é que devem valer somente um caramelo, 15 kw. Há dias aqui, ainda não me acostumei com a conversão. Até porque se houver conversão, não compramos absolutamente nada, rs.
As moedas reintroduzidas foram as mesmas que saíram de circulação há uns anos por terem valores desajustados às transacções. A data de cunhagem é 1999, para melhor enquadrar a sua desvalorização. Agora ainda têm valores mais miseráveis. Esperemos que surjam moedas de valores maiores, que compensem o aparecimento de porta-moedas.
Mas com 15 kwanzas ainda se podem comprar nove caramelos bem regateados…