Estou livre!
Afonso Loureiro
O R. e a P. partiram de férias. Foi ontem, logo pela fresquinha. Enfiaram-se no avião e rumaram a Portugal. Vão ver a família, tal como muitos outros emigrantes o fizeram este Verão. O tempo da mala de cartão já passou, mas há rituais que se perpetuam.
A sua partida relembra-me que muitos antes deles, fizeram este percurso, deixando toda a sua vida para trás. Abandonaram a terra onde nasceram, às vezes só com a roupa que tinham no corpo. Mas isto é uma história triste, que hoje não merece espaço.
Estão felizes por regressar a casa. Estão felizes porque não têm de me aturar todos os dias. E para mim também vai ser um alívio. Já andavam tão cansados que, de vez em quando, me tratavam por amor… Um mesinho inteiro sem nos vermos, que fixe!
Como tinham de fazer o check-in ainda antes do aeroporto abrir as portas, levantaram-se cedo, acordaram as galinhas e verificaram se as malas estavam fechadas. Eu bem queria ter ficado na ronha, mas calhou-me a sorte de ter de fazer de motorista…
Quando é que eles voltam? Já lhes sinto a falta…
Agora, que estás só numa casa tão grande, podes combater a solidão falando em alta voz com o eco. É divertido e tem a vantagem de nunca te contradizer, será sempre a sombra da tua voz.
Estamos todos contigo.
Ia «pintando um clima» quando te tratámos por ‘mor, hein?… 😉
Quanto ao nosso regresso, não resisto a um comentário óbvio (e parvo) sobre a relatividade do tempo: para quem fica sozinho neste casarão 2 ou 3 semanas parecem uma eternidade, mas para que está de férias passam num instante.
Boas férias e até daqui a uns dias! 😉