Despedidas
Afonso Loureiro
As despedidas são sempre difíceis. Os que partem e os que ficam separam-se com corações pequeninos, especialmente quando a despedida marca o fim de um ciclo.
O R. terminou o contrato e despediu-se de todos quantos com ele conviveram, num dia fechado por lágrimas e abraços apertados. A camisola com a bandeira angolana que lhe ofereceram foi a maneira mais bonita de dizerem que se tornou um deles e que lhe sentirão a falta, apesar de todos saberem que as marcas que deixaram uns nos outros são indeléveis.
O último encontro foi também um reencontro com antigos funcionários que, de uma maneira ou de outra, acharam que deveriam estar presentes na despedida. Há dois anos acolheram um estrangeiro que trabalharia com eles, mas hoje despediram-se de um amigo.
Alguns deles confessaram-me que de outros estrangeiros não sentiam saudades nenhumas, mas deste sim, já sofriam com isso. R. regressou a casa, mas os amigos que deixou em Luanda mostram que fez mais do que trabalhar.
A caminho de casa
Como lhes disse, queria poder trazê-los comigo… mas terei de me contentar com as recordações, as conversas à distância, e a ténue esperança de que um dia nos possamos reencontrar.
Obrigado por assinalares o momento aqui no Aerograma.
Abraços.