Os brancos e amarelos são todos iguais
Afonso Loureiro
Para quem não está habituado a ver gente diferente daquela com quem convive, os estrangeiros parecem ser todos iguais. Distinguimo-nos uns dos outros pelas diferenças que encontramos em relação à imagem de pessoa que cada um cria. Se há uma característica demasiado diferente, essa será a única em que reparamos até que nos habituemos a ela.
Da mesma maneira que, quando cheguei a Angola, me sentia incapaz de distinguir o brilho que identifica os angolanos, para os negros que não convivem habitualmente com brancos, parecemos todos iguais.
Brilho angolano
No interior, pele clara é sinal de estrangeiro. A nacionalidade do estrangeiro é mais difícil de determinar, sendo geralmente adiantada a mais habitual. As crianças, que nunca mentem, são os melhores indicadores dos estrangeiros mais comuns da região. No Kwanza Norte, com a pele clara e o cabelo preto, todos os miúdos se põem a apontar para mim e a dizer «Chinês, chinês!». Não é difícil adivinhar quem são os homens brancos a que estão habituados.
Caro Afonso,
Muito bons seus textos. Esse está lindo, um bom exemplo para aulas de introdução à antropologia.
Amanhã saio do Rio para Luanda e já comecei a viajar lendo seu blog.
Um abraço,