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15  07 2010

O outro rumo do geocaching

Durante dois anos, por razões óbvias, estive afastado de uma das actividades que mais gosto, o geocaching. Regressei e encontrei um passatempo muito alterado, com muitas novidades que nada me dizem e outras que me chocam. Por ser da velha guarda do geocaching em Portugal – coloquei a trigésima terceira geocache no país e agora há mais de oito mil – consigo notar diferenças abissais entre o que deixei há dois anos e hoje.

A corrida aos números estava desenfreada em 2008 e, como seria de esperar, continua de vento em popa, as caches mal concebidas e colocadas sem justificação aparente reinam, em especial em zonas urbanas e agora é necessário escolher bem quais visitar para não se regressar a casa desiludido. A quantidade não substitui qualidade em nenhum dos casos.

À procura
Procurando a caixinha

Por outro lado, a Groundspeak resguardou o geocaching de interesses comerciais nos primeiros anos, tendo feito um trabalho meritório na promoção silenciosa da actividade. Suportava toda a sua estrutura apenas com receitas de publicidade nas páginas e o registo de Travel bugs. A colocação e manutenção das geocaches continuou a cargo de cada um. Mas, a dada altura, começou a ver o geocaching como um fabuloso negócio e passou a defender o trabalho voluntário dos outros como seu. Ao invés de gerir uma página de encontro de praticantes de geocaching, passou a encarar os seus utilizadores como clientes.

Os geocachers em Portugal também mudaram. O primeiro cisma aconteceu, com sensibilidades diferentes do que é a actividade a ditar quem fica de um lado e quem fica do outro. Os encontros tornaram-se locais de negócio, onde tem de aparecer sempre a caixa com medalhinhas, chapinhas e bonés mais a revista para comprar, em vez de se falar do que realmente interessa – das melhores caches.

Não me reconheço nesta nova maneira de encarar a actividade, mas talvez seja o sinal dos tempos. Vou às caches, que é o que faço melhor.

Acerca do autor

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Nascido no século passado com alma de engenheiro, partiu para Angola, de onde envia pequenos aerogramas.

6 respostas a “O outro rumo do geocaching”

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  1. Não percebi bem o que se passa, acho que tens de fazer um post mais detalhado.

  2. Era inevitável, Afonso.
    Mas podemos muito bem continuar a ter bons e grandes momentos de satisfação, escolhendo as caches certas e os amigos certos.
    O resto… são peanuts!

  3. Sou eu a sentir-me velho, é o que é…

  4. Dois anos afastado permitiram-me aperceber-me do que mudou sem a natural adaptação dos que se mantiveram no jogo. Mas como cada um é senhor das geocaches que procura…

  5. Sou praticante recente e ocasional de geocaching e também não percebi bem o que é que era e o que é que é. 🙂
    Pelos vistos eu tenho tido sorte em portugal, pois têm sido sitíos interessantes
    Em angola é que há tantos locais fantásticos para geocaches…

  6. A maneira como a actividade é encarada mudou. O geocaching tornou-se comercial e os praticantes passaram a ser clientes da groundspeak. Quem agora começou não consegue perceber a diferença, mas ela existe.

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