Quinta da Fidalga
Afonso Loureiro
A Agualva foi, antes da febre do betão e da conurbação com o cacém, uma pequena povoação entalada entre muitas quintas de variadas dimensões. Na sua quase totalidade foram esquartejadas para a construção dos novos bairros e nem os edifícios solarengos de cada uma sobrou para contar a história. Restaram dois ou três exemplos destas casas das quintas e um deles, curiosamente, no centro da freguesia – a Quinta da Fidalga. Foi classificado como Imóvel de Interesse Municipal.
A história da Quinta de Nossa Senhora do Monte Carmo, o nome completo da Quinta da Fidalga, remonta já ao século XVIII, conforme se pode ler na ficha de identificação do IGESPAR. Neste documento descreve-se o edifício e alguns edifícios anexos, mas é omisso acerca do brasão que se encontra sobre o portão que dá para o largo.
O brasão
É um brasão cortado com quatro cabras, treze besantes e timbre com uma quimera. Desconheço se foi pintado respeitando as cores originais – porque na heráldica as cores dos elementos são importantes. Procurei nas poucas fontes de que disponho, mas não consegui identificar a família. Não me parece que seja o de José Ramos da Silva, o primeiro proprietário que fez fortuna no Brasil, e desconheço quem ocupou a quinta após a sua morte, mas isso não é importante porque, ao que parece, havia muito novo-rico a encomendar brasões para expor aos visitantes atestando a longa linhagem do dinheiro fresco.
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