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2011
Cada cabeça sua sentença. Ou pomba
Afonso Loureiro
Os escritores que acompanham Camões na estátua do largo do seu nome resistiram à aplicação dos arames para dissuadir os pombos de as usarem como poleiros. Ainda bem, porque assim teríamos ouriços em vez de vultos da Língua Portuguesa.
Como, apesar de tudo, cada estátua só alberga três pombos de cada vez, um na cabeça e outro em cada ombro, são poleiros disputados. É quase caso para dizer cada cabeça sua pomba
Pombos literários
Mas a estátua de Gomes Eanes de Azurara raramente merece pomba na cabeça. Não é por gostos literários das pombas, porque me garantem não saberem ler. Está voltada para o lado menos movimentado da praça, o que faz dela um poleiro com menos vista e menos lixo que garanta a refeição.
Pombos literários, mas virados para a “literatura” comercial. A eudição já não é o que era!