Toponímia em azulejos
Afonso Loureiro
Na década de 1930, o Automóvel Clube de Portugal espalhou por todo o país milhares de indicações toponímicas para que os condutores não se perdessem perdidos. De nada servem mapas de estradas sem pontos de referência.
Os nomes eram compostos por letras avulsas produzidas em série. Eram desenhadas com um efeito tridimensional, mas nem sempre eram colocadas com o lado certo para cima, em especial as simétricas, como os NN, os II e os OO. Por cima ficava um azulejo com as iniciais do ACP. Nalguns casos este azulejo foi mais tarde retirado.
Como eram colocados nas entradas de cada povoação servida por estrada acessível a automóveis, podem hoje dar-nos uma ideia do quanto cresceram as terras e por onde passavam as estradas mais importantes. São como anéis de crescimento das árvores. É curioso encontrá-los a duas ou três ruas de distância em vilas ou cidades que hoje contam com muitos milhares de habitantes. Marcam o centro histórico de terras sem história.
Tercena, como o “O” invertido e grafia anterior a 1930
Como muitas outras marcas do passado, vão desaparecendo aos poucos. Não são suficientemente velhos para merecerem atenção, mas vão despertando a cobiça de alguns, que os arrancam das paredes velhas.
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