Lisboa pelos olhos de um turista
Afonso Loureiro
O melhor remédio que há para curar as saudades da civilização e reavivar as memórias dos pormenores da cidade com a luz mais bonita do mundo, é dar uma voltinha por Lisboa.
Há milhares de pormenores que habitualmente passam despercebidos, mas só quando não os temos por perto é que sentimos a sua falta.
Ferro forjado em Telheiras
A arquitectura que enche Luanda aparece também nas Avenidas Novas. As varandas e as cores que me recordavam Lisboa, revi-as de perto, apreciei-as como não o fazia há muito tempo.
Avenida de Roma
Os edifícios que foram ignorados durante anos têm tido mais atenção. As fachadas são pintadas, as cantarias limpas e novos inquilinos ocupam os andares.
Avenida de Roma
Mas a História de Lisboa não começa nos anos 1940. Onde melhor podemos apreciar a luz que traz fama à cidade é na Baixa, rodeados de velhas pedras que assistiram a tanta coisa.
Terreiro do Paço
A cada esquina temos relances do que há mais para ver. E quando lá chegamos, espreitamos para outra rua e somos atraídos para algo novo.
Já percorri aquelas ruas centenas de vezes, mas desta vez pareceu-me especial. Apeteceu-me comprar um guia turístico e tudo.
D. Pedro IV
Pude relembrar a história da estátua do Imperador Maximiliano do México, que, quando este caíu em desgraça, foi comprada e usada para honrar D. Pedro IV. Por isso o pedestal é tão alto. Ainda se pode adivinhar a emenda que um dos braços sofreu para lhe retirar o ceptro imperial.
Já sei porque sou um unhas-de-fome. Está-nos no sangue. Até compramos estátuas à sucata…
Tradição
Os beirados arranjados e contrastar com um céu azul são a moldura perfeita para as ruas com ambiente calmo, onde mímicos executam a sua arte para os turistas.
Ventania
Mas aquilo que mais gosto, é de procurar os pequenos pormenores, aquelas coisas que passam despercebidas, mas que são essenciais para compôr a atmosfera da cidade.
Igreja da Graça
Entrei pela primeira vez na Igreja da Graça. Achei-a parecida com a de São Domingos, na Baixa. Esta não ardeu, mas tem a mesma atmosfera.
Calma
Por ser ao final do dia, as sombras que se alongavam lá fora conseguiam chegar ao interior, espereitando pelas janelas e vitrais. Os poucos fiéis partilhavam o espaço com igual número de turistas.
Fim de tarde
De regresso à Baixa, fui ver como estava a fachada da Estação do Rossio, que esteve fechada anos a fio, para obras de recuperação. Está com bom aspecto.
Recebendo os passageiros
O velho casario nas traseiras da estação, a caminho do Carmo e do Bairro Alto, também está mais cuidado do que há uns anos.
Calçada do Carmo
O ritmo decresce ao fim do dia. Os pombos e as pessoas desaparecem. O jantar avizinha-se e só mais tarde é que começa a vida nocturna.
Prelúdio para a noite.
Este lavar de olhos vai-me acompanhar nos próximos meses de Angola!
Gostei da visita turística que fiz a Lx. atrvés da sua câmara, uma vez que já não vou lá há longos anos. Talvez seja um incentivo para um fim-de-semana…
Continuação de boas férias.
maria
Não é preciso ir a Angola para re-visitar Lisboa como um turista..
Aprendi isto quando à uns anos atrás recebi pela primeira vez uns amigos austríacos e os levei a visitar a capital.
Foi fantástico como descobri uma Lisboa que nunca antes tinha visto, apesar de tanto passar por lá.
E comprei um guia turístico da cidade para ir passear por lá, quem nem estrangeiro de câmara na mão, apreciando todos aqueles pormenores que se tornam tão banais a quem por eles passa todos os dias.
Façam o mesmo e vão ver que descobrem uma cidade maravilhosa, cheia de luz e pequenos pormenores. Visitem o castelo, percam-se nas ruelas de Lisboa, entrem nas igrejas..
Vão perceber porque é que Lisboa está no topo do ranking mundial de cidades a visitar..
Ps- se tivesses avisado que ias ficar por Lx feito turista tinha ficado contigo :p