Zona intertropical
Afonso Loureiro
Tendo vivido sempre em Portugal, há coisas que dava como garantidas. Uma delas era água nos canos. Aqui nem sempre há. Outra era electricidade sempre que quisesse. Novamente, pode ser que não haja. Mas como não há duas sem três, o Sol não está sempre a Sul! Para complicar mais as coisas, também não está sempre a Norte.
Trópicos
Ao longo do ano o Sol vai, aparentemente, subindo e descendo no céu. Este movimento permite dividir a Terra em várias zonas. Os círculos polares (acima dos 66º de latitude) são as zonas onde é possível, pelo menos uma vez por ano, o Sol nunca nascer. Nas zonas temperadas meridional e setentrional, o Sol está sempre do lado do equador. Mas nas zonas tropicais (abaixo dos 23º de latitude) o Sol vai descendo e subindo, umas vezes indicando o Norte e outras o Sul.
Trópicos
A velocidade do tempo também é diferente. A posição do Sol no céu não nos dá muitas pistas acerca de quanto tempo passou. Ainda não estamos habituados a vê-lo tão alto durante tão grande parte do dia. Por outro lado, o lusco-fusco dura muito pouco tempo. Não há um pôr-do-Sol prolongado como no Inverno de Portugal. Agora é dia. Agora é noite. A duração dos dias também é menos variável que na zona temperada setentrional onde cresci.
Trópicos
No Inverno, os dias são um pouco mais curtos que no Verão… e com semelhante uniformidade, nem há Primavera ou Outono. É desta que se me acabam as alergias na Primavera!
Eu ainda pensei que ias falar do pôr-do-sol, mas o facto de em Angola as alergias acabarem é muito bom.
O negócio do lusco-fusco, que em Portugal «são 5 – 7 minutos», aqui não tem futuro. São 48 – 49 segundos, não rende…