Caloriar
Afonso Loureiro
Com a entrada em vigor do novo código de estrada, entretanto suspensa por um mês, os táxis começaram a circular menos. O medo da multa por não poderem cumprir as novas regras tem obrigado muitas pessoas a ir para o trabalho a pé, por falta de alternativas.
Os taxistas reclamam, e com razão, que os seus carros foram inspeccionados quando entraram no país, para garantir que cumpriam a legislação em vigor e agora exigem-lhes que cumpram também as novas alterações ao código, incluíndo cintos de segurança para todos os passageiros.
«Quem sofre é a população», diz-me um angolano, «têm de andar bwé a pé para chegar ao serviço».
A caminho
Perguntei se as bicicletas não seriam a solução, uma vez que Luanda até é uma cidade simpática, em termos de declives, para se andar de bicicleta.
«Não dá. O povo não está habituado. Vinham o caminho todo a caloriar e depois precisavam de mais uma muda de roupa quando chegassem ao serviço!»
Fiquei a pensar se vir num candongueiro, apertado entre mais de uma dezena de corpo e no clima de Luanda, não faria as pessoas suar mais. Cheguei à conclusão que o problema não é a bicicleta, é mesmo o pedalar.
Parece-me uma boa altura para abrir um negócio de bicicletas eléctricas.
Com as falhas no abastecimento eléctrico, como se carregavam as bicicletas?
Bom no outro dia vi o programa Hora Quente com Pedro N’Zagi, que passa na tpa internacional, e foram lá uns putos que inventaram a bicicleta a motor. O motor era um gerador muito pequenino, saiam do motor uns cabos que continham a gasolina e passavam por não sei onde. Bem só sei que a bicicleta chegava atingir a velocidade de uma rápida e aquilo andava mesmo. Será uma boa invenção pra essas bandas?
Bicicletas eram a solução, porque motas já há demasiadas…