Também leio o Aerograma…
Afonso Loureiro
Há alturas em que julgo ser demasiado ambicioso insistir num artigo diário. Tenho receio de me começar a repetir por ter esgotado os assuntos interessantes. Acontece-me especialmente nos dias em que Luanda me vence, e chego a casa com vontade de mandar tudo às urtigas. Vejo a reserva de artigos a diminuir e os assuntos sem aparecer. Só me apetece escrever acerca do mau e do horrível, tudo aquilo que as coisas boas desta terra não merecem.
Mas encontrei um remédio para este desânimo. Volto atrás no tempo e descubro o que me marcou nas primeiras semanas em Angola, quando tudo era novidade e os olhos ainda não sabiam filtrar tudo. Dei por mim a ler o Aerograma como se nunca o tivesse feito, sorrindo de certas ingenuidades e corrigindo algumas ideias erradas. Descobri que ficou sempre algo por dizer. Afinal de contas, haverá sempre crianças a brincar e candongueiros a conduzir, como só eles sabem, para animar a imaginação.
Assunto azul e branco
Eu também gosto de reler o aerograma, por vezes encontro uns artigos que já não me lembrava.
Claro que existem outros que me lembro muito bem e que por uma razão ou por outra me fazem rir ou chorar como fizeram da primeira vez que os li… aguardamos os próximos aerogramas com novas histórias.