Os bébés importam-se de França
Afonso Loureiro
Nos dias de menos inspiração culinária (ou de maior preguiça), a churrasqueira da esquina é uma alternativa fácil e rápida. Não acrescento barata porque, afinal de contas, estamos em Angola.
Especialmente ao fim-de-semana, a quantidade de frangos que vende daria bem para escoar a produção de um pequeno aviário. Acontece que não há nenhum aviário nacional a fornecer esta loja. Como estamos em Angola, está determinado que tudo se importa e o frango não é excepção. A churrasqueira usa frangos congelados vindos do Brasil. Até poderíamos sorrir, se a situação não fosse para chorar.
Desde produtos hortícolas, de que Angola deveria ser auto-suficiente, até à água engarrafada, tudo é importável e importado. Desiluda-se quem julgar ter encontrado uma excepção, porque descobre a seguir que isso está num contentor no porto, à espera de desalfandegamento. Dou o exemplo de uma amiga nossa, angolana, foi passar férias com o marido à Europa e regressou grávida. Em jeito de brincadeira, dizemos que isso é o reflexo de viver num país onde tudo se importa: «Até os bébés são feitos no estrangeiro!»
Será importado?
Esse não é importado. Genuinamente nacional =) E que bela imagem o pôr-do-sol de Cacimbo nos tem proporcionado =)
Xé…que exagero meu caro. Já existem algumas coisas produzidas em Angola, estou agora com uma delas na mão, água do Queve, existindo outras marcas de água. Os ovos que compro são do Wako Kungo, leite da Lactiangol, para já não falar da Cuca, Eka e Noval ;). Mas que ainda existe muito para fazer? Isso sem dúvida !!
Obviamente que é exagerado. Já foi bem pior!