Efectivamente…
Afonso Loureiro
Estava a apreciar um engraxador a trabalhar e a reparar que o espaço que ocupava era diferente dos demais. Tinha colocado no passeio um pedaço de linóleo aos quadrados pretos e brancos, que me fez lembrar as barbearias de antigamente. Enquanto admirava o contraste entre o pó do passeio e aqueles dois metros quadrados de limpeza imaculada reparei numa conversa entre o engraxador, um cliente e um conhecido, todos sentados à sombra da mangueira frondosa que cresce no quintal atrás.
Discutiam o Português. A verdadeira língua franca de Angola. Enquanto um deles defendia que se devia dar mais atenção aos dialectos tribais os outros dois diziam que assim ninguém se entendia. “O Português toda a gente percebe, mas os dialectos…”
Como não me queria meter na conversa, acabei por não saber quem ganhou a discussão, mas achei curioso que aquela que já foi a língua franca em todo o mundo ainda mantenha esse estatuto em Angola.
Enquanto me afastava, lembrei-me de uma canção dos GNR.
Efectivamente escuto as conversas
Importantes ou ambíguas
Aparentemente sem moralizar
Oi Afonso,
Excelentes descrições de tudo e todos que te rodeiam. Repito o que escrevi há uns dias atrás: tens muito jeito para a escrita e o Miguel Sousa Tavares que se ponha a pau.
Muitos parabéns e orbrigado pelos relatos minuciosos e interessantes. Bom trabalho e cumprimentos de todos os geocachers cá do sítio.
DP
Acho que faz parte de ser português escutar as conversas alheias…. coscuvilheiro.
Acho que vais ter de escrever um livro de relatos africanos, força, acho que tens muito talento.
Um abraço
Pedro