Aerograma

Isento de Porte e de Sobretaxa Aérea

09 2009

Pensamentos fugidios

Tudo tem o seu reverso. Tal como é curioso analisar associações de ideias que tomam o freio nos dentes e fogem para sítios inesperados, despertando memórias há muito esquecidas, uma coisa verdadeiramente irritante é deixar fugir um pensamento.

A ideia germina e, quando está quase a despontar, deixamos de lhe prestar atenção por um instante. É o suficiente para desaparecer sem deixar rasto. Bem podemos tentar relembrar no que pensávamos antes e reconstruir todo o caminho até ao ponto em que… nada.

De vez em quando deixa-se antever, quase que gozando com o nosso esforço, e depois esconde-se atrás de outra pedra e fica a rir-se como um perdido, o desgraçado.

Bem sei que o mal de uns é o bem de outros. Há quem treine afincadamente a mente para ir apagando, um a um, os pensamentos que surgem, a caminho da meditação perfeita que abre as portas do Nirvana. Por enquanto, acho que ainda não tenho ideias em excesso ao ponto de precisar de perder algumas propositadamente.

Quando menos esperar, o pensamento há-de voltar, nem que seja para me atazanar mais um pouco e depois desaparecer novamente.

Juro que tinha uma excelente ideia para este artigo. Só não me lembro qual!

Acerca do autor

1

Nascido no século passado com alma de engenheiro, partiu para Angola, de onde envia pequenos aerogramas.

7 respostas a “Pensamentos fugidios”

Nota: Comentários mal-educados, insultuosos ou desenquadrados serão apagados.
  1. Loureiro, já percebi q o tema lhe atrai muito. Qd puder, leia Memorias Postumas de Bras Cubas, do nosso Machado de Assis, para ver como ele tratava, e era maltrado, por algumas idéias que lhe ocorriam e, tal qual monstros, não o largavam mais. Genial o post, como sempre.
    O x.

  2. Eu ía comentar qualquer coisa mas enquanto estava a preencher os campos obrigatórios…a ideia fugiu 🙂 Acontece

  3. Normalmente isso acontece por causa do alemão…

  4. A PDI e o Herr Alzheimer andam de mãos dadas…

  5. Acontece-me frequentemente.
    E eu a pensar que era da idade!
    É que, como me recuso a aceitar que vou ficar xé xé, já tinha posto de parte o Alemão.
    Não acredite no que diz o Arnaldo, se calhar, os nossos neurónios são como a memória de um computador. Carrega-se tanto com informação que a RAM dá o berro.

    Um abraço
    E.C.

  6. O mundo interior pode ser muito mais interessante que o que nos rodeia…

  7. Mesmo sem ideias, criou um post original e com neurónios pensantes. 🙂

Deixe uma resposta

Nota: Os comentários apenas serão publicados após aprovação. Comentários mal-educados, insultuosos ou desenquadrados serão apagados de imediato.

« - »