Ruína esquecida
Afonso Loureiro
Um pouco por toda a parte vemos que o passado vai sendo substituído pelo futuro. Por vezes, o futuro é indeciso e, no meio da incerteza, o passado acaba por desistir de esperar.
Em Queluz de Baixo, há muito anos que uma casa imponente se tem vindo a degradar. Agora é apenas uma ruína desprezada, embora se possa adivinhar a glória de outrora.
A ruína
Alguns projectos interessantes foram propostos para recuperar o edifício, mas todos acabaram por ficar no esquecimento. Ano após ano, a degradação foi avançando. Um incêndio completou o que a queda do telhado começou e do interior já pouco sobra.
Detalhes
Os pombos são os actuais inquilinos, aproveitando esta espécie de hotel de luxo, cheio de poleiros e locais abrigados para fazer os ninhos. Ficam a salvo dos gatos, que fazem incursões esporádicas ao rés-do-chão. Depois do incêndio, nem os drogados regressaram.
A renda é baixa e a vista desafogada
Enquanto esperam pelo autocarro, as pessoas sentadas no abrigo olham para a porta entreaberta do casarão. Será que imaginam quem entrava e saía nos seus tempos áureos?
Gosto de portas
Caro Elmiro
Muito boa noite.
Muito obrigado pela sua informação sobre a Clínica Fidelidade.
Embora tenha saído de Luanda em Junho de 1975, com a idade
de 3 meses, foi uma alegria enorme saber um pouco mais
do meu passado. Só tenho pena de não ter tido oportunidade
de viver os tempos gloriosos de Angola.
A minha mãe viveu lá muitos anos, e jamais esqueceu aquela
terra, e continua a considerá-la a terra do seu coração.
Quem sabe se não se cruzou com os meus país em Luanda,
nessa altura ?
Aceite um abraço tropical de
José Vila Santa Correia de Sousa
Se o Afonso me dá licença permito-me daqui agradecer as palavras do José Vila Santa Correia de Sousa e retribuir o abraço. Compreendo a sua curiosidade pelo sítio onde nasceu. O Aerograma tem contribuído para que as nossas memória seja mais rica.
Abraços (para o José e para o Afonso)
elmiro
Segui as indicações enviadas para tentar localizar a Clínica Fidelidade, mas não encontrei nenhuma referência à mesma nos letreiros e portas da rua.
Mesmo assim, quando tiver oportunidade, vou perguntar a um dos mais-velhos da rua.