Espécie em vias de extinção
Afonso Loureiro
Com a introdução de novos autocarros no centro da cidade, os candongueiros têm vindo a ser empurrados cada vez mais para as periferias. A grande enchente de carrinhas azuis e brancas que o Verão trouxe já acabou. A polícia apertou bastante o cerco aos que cobravam preços especulativos ou que encurtavam as rotas habituais. No centro só vemos os que já não são propriamente candongueiros, porque andam legais, ou próximo disso.
Antes que desapareçam de vez da paisagem de Luanda e deixem de receber os recém-chegados com os seus vidros decorados, resolvi voltar a dar umas voltinhas com a máquina pronta a fixar os mais originais.
Não sei se prometem o doce ou apenas um pouco de intimidade
As frotas mais organizadas já não se diluem no meio dos milhares de empresários por conta própria que circulavam à custa de gasosas ou apenas sorte.
Creu, a intragável música brasileira (pelo que me contam)
A lei do ruído também tem sido aplicada com mais afinco e são cada vez mais raros os casos em que os passageiros saem da iáce a ouvir zumbidos e a sentir o corpo dormente.
Fê-Quê-Pê
A constante presença de símbolos portugueses, a princípio um pouco desconcertante, vai acabando por ser um hábito. Mas no que toca ao futebol e às paixões que move, mais vale nem pensar nisso e aceitar as coisas como são. Táxis do Benfica e do Porto são comuns em Luanda. No Lobito vi um do Sporting.
Créu, é uma música brasileira (horrível, diga-se de passagem) que fez (e continua a fazer) muito sucesso em Angola. 😀
Luís
Concordo com o Luis.
A designada música “creu” (brasileira) é intragável. Aliás, acho um abuso chamar àquilo música.
Se os angolanos gostam, estão no seu direito, mas significa que têm muito mau gosto.
Para quem quizer conhecer (só por curiosidade) aqui têm o exemplar de “creu” mais divulgado.
http://www.youtube.com/watch?v=cp7libZiKnE
Abraço
Umas verdadeiras belezas!!
E “creu” não é intragável. Intragável é o “fêciêpiê”.
Eu sou do Sport Luanda e Benfica desde pequenino! Ok, não sou. Sou há 2 semanas.
Saudações
O Créu não é “música”, mas é dança. O funk carioca (categoria à qual o Créu pertence) é de difícil compreensão para os não iniciados, mesmo brasileiros. Faz sucesso em Angola por guardar um longínquo parentesco com o kuduro.
Treinando, os angolanos certamente conseguirão atingir a 5ª velocidade, o que é um feito notável, acessível a pouquíssimas pessoas.
kkkkk
CRÉU! RONAAALDO… brilhando muito no corintians 😛
Outra referencia cultural brasileira pra ser googlada…
Ri muito do post, Afonso 🙂