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09
2009
O bicho-papão, versão pula
Afonso Loureiro
No supermercado, uma menina de cinco ou seis anos fazia birra. A mãe já estava de saída, com as compras na mão e ela, obstinada, agarrava-se ao balcão, recusando-se a ir embora.
A mãe ameaçou que a deixava lá sozinha, mas ela achou que era bluff e fez orelhas moucas. Como último recurso, perguntou-me «Moço, depois podes levar esta menina para tua casa?» Claro que sim, respondi, uma menina assim bonita levo já. Olha só. E estendi-lhe a mão.
A menina entrou em pânico. Esbugalhou os olhos e correu a agarrar-se às pernas da mãe, que se ria. Saíram do supermercado com a birra esquecida e, suponho, com uma confirmação de que não deixava que eu a levasse.
Fico desconfiado de que seja mesmo muito feio… até faço as vezes de homem do saco.
AHAHA. Acho que se fizesse isso ao meu puto estava tramado. Conforme o humor ao acordar, ou nem se dá aos conhecidos, ou dá bola a quem nunca viu na vida…apetites…
Um abraço.
Que aconteceu ao post do ramadão?
Foi publicado com uma data errada e, graças a uma falta de electricidade que nos deixou sem internet, não foi possível corrigir a tempo. Será publicado às 00:00
Ahhh, as falhas de electricidade em Luanda…Não percebi ainda se a electricidade às vezes falha, ou às vezes vem.
Mal por mal, gostamos de pensar que de vem em quando falha, embora haja dias em que é ao contrário.
Tenho passado os bocados da tarde a pesquisar sobre a praia de Santiago e dos barcos lá deixados mas, além de fotos, não encontro nenhuma informação específica. Já descobriste mais sobre os barcos e o que lá andam a fazer? Se a história de terem sido usados para armas,munições, combustíveis e que mais, é verdade, então porque não faz o governo alguma coisa? Esses, a juntar aos que estão ao longo da ilha de Luanda, devem dar uns bons trocos para sucata. E já que vão gastar tantos milhões a dar cara nova à baía, podiam aproveitar e limpar essa bodega.
Explorar navios abandonados é giro, saber a história…um ou outro, tudo bem…dezenas deles, é fechar os olhos ao óbvio.
Digo eu.
Os que sobraram do tráfico de armas estão quase todos desaparecidos. A maioria dos que ainda resistem na Praia de São Tiago é o que resta da Angonave e de uma quantidade de navios que avariou no Porto de Luanda. Foram rebocados para ali para estorvarem menos. O Karl Marx fez parte da Angonave até 1986, penso.
Haveria quem pagasse pela sucata, mas em Angola não há siderurgia e a compra dos navios por estrangeiros é vista como exploração da riqueza angolana (digo eu).