O Roteiro continua desactualizado
Afonso Loureiro
A confusão toponímica de Luanda é sobejamente conhecida. Os nomes antigos nunca chegaram a cair em desuso e os novos parecem ainda ser artificiais. A co-existência das placas com as várias designações das ruas também não ajuda.
Os estrangeiros, que passam os primeiros meses perdidos numa cidade confusa, em que a navegação é feita à custa de pontos de referência e contagem de ruas, assim que aprendem os nomes de algumas ruas importantes tentam usá-las para novos pedidos de orientações, mas depressa descobre que os angolanos não fazem a mínima ideia do que estão a falar. Instituíu-se que as direcções têm de ser dadas como se a cidade só tivesse ruas sem nome.
Mesmo nos jornais estatais, onde seria de esperar que se tentasse aplicar a toponímia actual sempre que possível, lemos notícias que remetem para a toponímia colonial. Recordo-me da nota acerca de um incêndio na Maianga, identificado como no prédio do jacaré, na Rua D. António Barroso. O prédio fica numa transversal à actual Rua Marien N’Gouabi, paralela à Rua Garcia de Resende, cujo novo nome já desapareceu da placa.
Uma solução de recurso para nos orientarmos em terras estranhas é usar a informação disponível na extraordinária ferramenta que é o Google Earth, passe a publicidade. Infelizmente, até há bem pouco tempo, quem procurava informação de toponímia em Luanda, deparava-se com um vazio inexplicável.
Entretanto, o interesse pelo petróleo angolano e a visita da Secretária de Estado Hillary Clinton, fez despertar a necessidade de suprimir esta falha. Cerca de um mês depois da visita, os arruamentos de Luanda começaram a ostentar nomes. A orientação na cidade ficou mais fácil.
Percebemos, finalmente, porque razão as placas toponímicas com os nomes coloniais têm sido deixadas no lugar. A informação mostrada no Google Earth é quase toda desta época e pode necessitar de tradução para a actualidade.
Toponímia colonial no séc. XXI
Afonso:
Se algum dia eu for até Luanda vou logo pedir um fio emprestado à Ariadne…
Como diriam os paulistas “que doido, meu”
Parece que aí não falta trabalho para engenheiros!
(abraço brasileiro)