Em caso de emergência, pânico
Afonso Loureiro
Em caso de emergência há coisas que devemos saber de antemão. A primeira é não entrar em pânico. A segunda é não entrar em pânico. A terceira é não entrar em pânico. O resto vem a seguir.
Depois de acalmar os instintos mais básicos do nosso cérebro, procuramos uma solução para a crise. Os letreiros florescentes e as caixas vermelhas são bons sítios para começar. Caso não tenham uma função ou modo de operação claros, costumam ter um pequeno painel explicativo para auxiliar.
É óbvio que há excepções para todas as regras e as janelas de emergência dos autocarros que transportam os passageiros do avião para o terminal do aeroporto de Luanda devem ser englobadas nesta categoria.
Caso alguém precise usar o martelinho para partir o vidro, é bom que o instinto comande a acção e que se abstenha de ler as instruções. É bem capaz de perecer sem saber o que fazer. Traduzir de inglês para chinês e depois para português palavra por palavra é capaz de sair baratinho, mas não sei se o resultado é o esperado. O pânico ditará como, onde e quando usar o martelo de emergência.
Amanhem-se
Eu ficaria na dúvida na altura de desmantelar um martelo seguro. O martelo do autocarro parece-me demasiado sólido para que seja desmantelado facilmente. Também não sei se cada autocarro tem copos quebrados nos quais bater. A última figura talvez represente alguém a quem partiram o copo e que procura o carro para conduzir até um local mais seguro.
Na grande maioria das traduções apressadas consegue-se reconstituir as frases na língua original, mas esta até isso dificulta.
Magnífico! Vou tentar não entrar em pânico só de ler as instruções…