Maracujás
Afonso Loureiro
A pouco e pouco, o tecido agrícola angolano vai deixando de ser de subsistência. Ao longo das estradas para o interior surgem indicações para fazendas novas, que se escondem atrás dos montes. As plantações costumam ficar bastante afastadas das vias principais, porque as distâncias em África têm uma escala diferente e fazendas com menos que uns milhares de hectares são apenas hortas. Mesmo assim, com alguma sorte, somos capazes de avistar uma ou outra cultura nova mais perto da estrada.
Maracujás
Perto do Wako Cungo, numa zona bem abastecida de água, surge uma plantação recente junto da estrada para o Huambo. Tem alguns trabalhadores a cuidar do que parecem ser videiras, apesar de por estas bandas não ser habitual produzir-se uvas ou vinho. Mais perto apercebemo-nos que as folhas são mais pequenas e que as vinhas são, afinal, maracujás bem tratados.
Com a estrada recuperada, vai ser mais fácil fazê-los chegar aos mercados, reduzindo um pouco as necessidades de importação de coisas que se podem produzir localmente, que isto de ter as zungueiras a vender fruta namibiana com tanta terra inculta é um contra-senso.
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