Património
Afonso Loureiro
Depois de muitas vozes se levantarem em protesto contra a perda de identidade da cidade, o património arquitectónico começou a ser salvaguardado a nível oficial. Para alguns edifícios históricos é uma medida que chega tarde, porque agora só existem na memória de Luanda e no seu lugar nascerão centros comerciais.
Os primeiros passos são tímidos, não passando do descerramento de uma placa identificando, nalguns casos, a ruína que, se não vir obras urgentes, desaparecerá depressa. Mas tem de se começar por algum lado e reconhecer que há património a salvaguardar é andar na direcção certa. Talvez depois se encontre orçamento para a recuperação.
Placa no antigo Clube Transmontano
Alguns edifícios antigos mereceram homenagem, entre eles, o antigo Clube Transmontano, a velha estação da Cidade Alta e a sede do Jornal de Angola, representativa das casas de sobrado típicas da Luanda do séc. XIX. O Palácio de Ana Joaquina mereceria uma se não tivesse sido demolido e substituído por uma cópia há uns anos.
Ainda há muito trabalho pela frente, não só na classificação, mas, acima de tudo, na recuperação e conservação antes que seja tarde demais. Todos sabem que há muitos edifícios notáveis com o destino traçado, e que o seu número aumentará a cada ano que se deixe passar. A bem da memória e identidade de Luanda, alguns têm de ser preservados. Centros comerciais e edifícios de escritórios nem alma têm, quanto mais memória.
Ui….
tanto brinquei no Clube Transmontano.
Recordo as festas de Natal, de Fim de Ano, entre outras!!!
Saudades da minha terra!