Tradições milenares
Afonso Loureiro
Certas profissões foram, até há poucas décadas, quase hereditárias. Eram exercidas durante gerações pelas mesmas famílias, quer por necessidade, quer por condicionantes geográficas. Os pescadores são um bom exemplo.
Os meios pequenos e a imutabilidade do trabalho mantém vivas tradições antiquíssimas. Algumas quase adivinhamos serem velhas de milénios e remontarem a crenças de povos antigos que chegaram ao que hoje é Portugal.
A decoração dos barcos Fenícios só ficava completa com a pintura de um olho de cada lado da proa. O olho que protegeria a embarcação das tempestades. Ainda hoje, na Turquia e Líbano, é comum usar-se o símbolo do olho como amuleto. Em Portugal, por onde os Fenícios também passaram, ainda se encontram resquícios dessa tradição importada.
Bote com olhos
Talvez não seja feito com intenção, mas, ao pintar o barco, há pescadores que acham a proa demasiado despida e muitos optam por desenhar olhos ou símbolos semelhantes.
Em Porto Brandão, terra que sobrevive graças ao terminal fluvial e restaurantes, há alguns destes exemplos de superstições milenares desenhadas nas proas.
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