Pergunta despropositada
Afonso Loureiro
Certo dia, em São Tomé, na cidade a que os locais chamam de Santomé, cidade-capital, distraí-me e fiz uma pergunta um pouco idiota a um polícia.
A cerimónia de apresentação de credenciais de embaixadores no Palácio Presidencial contava com uma fanfarra em farda de gala que subia e descia a avenida de cada vez que um novo embaixador era recebido. Ainda traumatizado com a absoluta proibição de fotografar em Angola com polícias ou militares por perto, perguntei se era permitido fotografar a fanfarra a um dos polícias que desviava o trânsito para o quarteirão seguinte. Quase acreditei ter dito um grande disparate, pelo ar espantado que me fez.
Demorou uns momentos para se refazer do choque, e respondeu-me com pouca convicção, talvez pela pergunta despropositada.
«Fotografar? Porque não haveria de poder?»
A fanfarra e a guarda de honra
Para além da fanfarra e guarda de honra, não havia mais militares à vista. O aparato policial resumia-se a um guarda em cada ponta da rua e um batedor de mota para os carros dos embaixadores. Claro que foi uma pergunta despropositada.
Muito bom! Quando lá estive, fotografei na rua e por acaso não achei que estava a infringir. Não podemos esquecer que é um país que vive do turismo. Não faz sentido esse tipo de proibições, até porque, são muito mais “paz de alma” do que Angola. Mas, no entanto, não esteve assim tão parva a pergunta. O passado era muito recente! 🙂
E o livro?
Ai o livro, ai o livro!
Depois do desespero de ter o livro revisto e paginado e uma tipografia de férias, consegui finalmente que começassem a trabalhar nele. Agora é esperar só mais uns dias!