Trompe l’oeil na Azinhaga das Galinheiras
Afonso Loureiro
A Azinhaga das Galinheiras há muito que é conhecida não pela arte, mas por outras questões sociais. Foi uma da antigas azinhagas de Lisboa que ligavam a cidade à quintas da periferia, e se viu primeiro abandonada e degradada e depois absorvida por bairros de lata.
Os projectos de realojamento e apoio social começaram a dar frutos e esta zona de Lisboa ganhou alguma vida e perdeu parte da má fama que tinha. Os sinais mais evidentes de degradação desapareceram, mesmo que tal tenha significado muitas demolições.
E foi numa das esquinas mais escondidas que fui surpreendido por uma pintura mural pouco comum actualmente. A geração dos graffiti não tem paciência para obras que demorem mais de algumas horas a executar e foge a sete pés dos pincéis. Latas de tinta em spray e canetas grossas são os seus instrumentos preferidos.
Trompe l’oeil
Aproveitando uma parede recentemente recuperada e pintada de branco, tão grande que parecia um muro de prisão, alguém se lembrou de dar um pouco de vida à rua. Na falta de moradores da Lisboa Antiga, pintou-se a fachada de uma dessas casas. É o retrato de uma Lisboa de há cinquenta anos, altura em que os vasos com patas-de-cavalo à porta, como na pintura, eram frequentes.
Talvez por ter sido algo de completamente inesperado e algo deslocado, mas, simultaneamente, perfeitamente integrado no resto do casario, esta pintura chamou-me a atenção. Os moradores da zona também devem gostar dela.
Obrigado por ter publicado o meu desenho, daqui fala Jorge Teixeira o autor, estou lhe emensamente grato por tudo!!!
Eu é que agradeço pela obra de arte! E julgo que a vizinhança também.