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Isento de Porte e de Sobretaxa Aérea

15  10 2010

Fábrica de Loiça de Sacavém

Há algumas décadas, os painéis de azulejos publicitários eram frequentes, especialmente nas estradas do interior. Nitrato do Chile, Pneus Mabor e outros ocuparam fachadas à entrada das povoações sem mostrar as marcas do tempo.

Estes painéis há muito perderam a sua mensagem e passaram a fazer parte da paisagem, como marcas de tempos passados. Já ninguém aduba com nitrato do Chile, mas o cavaleiro em contra-luz é reconhecível por toda a parte.

Pouco a pouco, foram desaparecendo. Alguns porque a construção onde foram aplicados foi demolida, outros pintados por cima e outros mesmo picados, tendo ficado em seu lugar um inestético rectângulo cinzento.

Outras marcas optaram por esta via que, apesar de inicialmente dispendiosa, compensava pela durabilidade dos azulejos. A Fábrica de Loiça de Sacavém produziu alguns fez o mesmo, criando painéis à medida, atestando também a qualidade do produto no próprio suporte publicitário.

Um dos maiores painéis resiste ainda junto ao edifício da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital. O anacronismo da loiça representada, da publicidade não descartável que contrasta com a da actualidade e a própria longevidade do painel, que superou a da fábrica, emprestam-lhe um cunho especial.

Tornou-se uma obra de arte, em que a mensagem publicitária passou para o último plano, um pouco como as latas de sopa de Warhol.

Fábrica de Loiça de Sacavém
É outra loiça

A fábrica de loiça de Sacavém foi uma marca afamada. A fábrica propriamente dita fechou há quase trinta anos, em 1983. Falida, como tantas outras empresas nessa época. No local da fábrica nasceu um novo bairro, com vista para o Tejo e a foz do Trancão. Preservou-se o forno nº18, como memória do passado industrial da zona. É a peça central do Museu de Cerâmica de Sacavém.

Acerca do autor

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Nascido no século passado com alma de engenheiro, partiu para Angola, de onde envia pequenos aerogramas.

4 respostas a “Fábrica de Loiça de Sacavém”

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  1. Cerámica? É o novo acordo? 🙂

  2. É o que dá não usar correctores ortográficos, as gralhas passam. Já foi corrigido, obrigado.

  3. Caro afonso, é com agrado que vejo uma foto da “minha” cidade.
    Temos realmente de agradecer aos proprietários do imóvel por terem a sensibilidade para manterem este legado da publicidade em Portugal
    Sigo o seu blog desde o primeiro post, também passei por Luanda em 2009 e as informações prestadas aqui foram uma preciosa ajuda.
    Aproveito também para solicitar a reserva de um exemplar do seu livro.
    Cumprimentos

  4. A reserva está confirmada. Assim que expedir os primeiros exemplares aviso.

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