É como o outro diz – crítica teatral
Afonso Loureiro
A última comédia estreada no Casino de Lisboa, «É como diz o outro», é uma desilusão. Um gasto inútil de dinheiro nos bilhetes e uma grande perda de tempo. Ponto final.
Numa versão menos resumida, a peça prometia ser engraçada, pelo menos a julgar pelo elenco – Miguel Guilherme e Bruno Nogueira, mas é pouco mais que duas personagens a trocar larachas num acto único. As larachas nem sequer têm muita graça e o Bruno Nogueira apenas consegue interpretar a personagem Bruno Nogueira. Estes são os pontos positivos.
Como pontos negativos há o texto, que tem partes parecidas com «A conversa da treta» e outras um bocadinho mais originais, e a absoluta falta de ritmo. As comédias vivem do ritmo, caramba! Ao fim de meia hora já havia gente sem posição nas cadeiras, sinal de que estavam a prestar mais atenção ao conforto do rabo que à peça. Ao fim de uma hora, mais de metade da sala se remexia e perto do fim acho que nem os actores tinham posição.
Para fechar com chave de ouro o rol de desgraças, a peça tem tanto ou tão pouco ritmo que ninguém se apercebeu de que já tinha acabado. Os aplausos só se fizeram ouvir quando os actores voltaram ao palco agradecer o silêncio.
A palavra chave é mesmo ritmo.
A peça desenrola-se toda no ritmo de “inicio de peça”.
Ficamos sempre à espera do arranque que nunca acontece.
É uma pena…
Eu tambem pensei ir, mas fui primeiro procurar no YouTube as rubricas dos autores, com o mesmo titulo, no programa “5 para a meia-noite”. Em boa hora me lembrei de fazer isso, pois apos ver 2 minutos daquilo decidi gastar o dinheiro dos bilhetes noutra coisa.