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2011
Jamorómetro
Afonso Loureiro
Os antigos egípcios previam e mediam as cheias regulares do Nilo com umas curiosas construções a que davam o nome de nilómetros. Avaliando a turbidez e velocidade de subida das águas podiam intuir quanto aos efeitos e duração da cheia desse ano. Alguns nilómetros ainda estão de pé, mas deixaram de funcionar por completo após a construção da barragem de Assuão, que pôs um fim às cheias que regeram a vida no Egipto desde há milénios.
Curiosamente, da janela do escritório consigo espreitar o Jamor. Na maioria dos dias só o oiço a saltar o açude, mas quando chove mais enche de tal forma que a torrente se começa a ver a espreitar por cima do muro, e se chover mesmo a sério a água fica castanha. É como um nilómetro, neste caso um jamorómetro.
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