Sinais monumentais
Afonso Loureiro
No tempo em que os marcos das estradas ainda eram feitos de pedra, para durar, havia alguns sítios em que se achava não haver necessidade de mudar a sinalização todas as semanas, ou que necessitassem de um pouco mais de monumentalidade, até nos sinais de trânsito.
Na Biblioteca Nacional ainda há alguns sobreviventes. Entendeu-se que uma casa com o nome Nacional merecia mais que sinais metálicos que acabam por enferrujar e fizeram-nos de pedra. Um sinal de pedra no canteiro impõe alguma solenidade, o que é sempre bem-vindo quando se entra numa biblioteca.
Hoje, já muitos dos sinais ordinários que se equilbram na ponta de um varão invadiram o jardim. Lá das alturas envergonham os parentes de pedra, que parecem rastejar e apresentam um grafismo antiquado.
Mas há alguns que continuam a fazer tanto sentido, que hão-de resistir até que a crise obrigue a queimar a Biblioteca Nacional, ou a vender o recheio para a reciclagem. Já faltou mais.
Trânsito proibido a pesados
Os pesados estão proibidos de circular dentro do complexo da Biblioteca Nacional para não perturbarem os leitores com o ruído.
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