Aerograma

Isento de Porte e de Sobretaxa Aérea

15  10 2008

Ortografias alternativas

A liberdade ortográfica angolana é muitas vezes motivo de interesse. As palavras ganham ou perdem letras conforme as necessidades.

A habitual descontracção face aos problemas mecânicos dos automóveis e subsequentes soluções engenhosas aplica-se também à maneira como se enfrentam as dúvidas ortográficas.

Há quem ache sinal de ignorância ou de estupidez. Julgo que seja ao contrário. É melhor que a mensagem passe do que ficar presa numa indecisão da escrita. Como dizia um professor meu, quando vemos escrito «xourisso» não lemos linguiça…

Não se julgue que só em Angola é que vemos as marteladas na ortografia das palavras. Lá os erros poderão ser mais frequentes, mas cá também os há. Aliás, cá nasceu a língua que exportámos para África. É natural que os erros também tenham tido o mesmo caminho.


Pelo menos sei o que querem dizer

A grande diferença que noto é a falta de graciosidade nos letreiros. Sinto falta do toque do artista pintor, que decora a fachada do estabelecimento com mestria. Por cá uma folha de papel basta.


Whisky é estrangeiro, tem desculpa

Acerca do autor

1

Nascido no século passado com alma de engenheiro, partiu para Angola, de onde envia pequenos aerogramas.

4 respostas a “Ortografias alternativas”

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  1. Uma folha de papel também passa a mensagem… Se se pode poupar na qualidade da escrita, porque não poupar também no suporte?

  2. Nunca lá fui e não quero ir, mas a verdade é quem vai já não volta, pelo menos espiritualmente… (é um bocadinho como ser gay)…e nesta altura o meu ex-boss perguntava: “quem é o Sergey?”…
    Estás em Portugal e continuas a fazer posts de Angola…tal qual os ex-combatentes ou retornados que passados anos aqui continuam a falar da vida de lá! É tão bom para ti como foi para eles?

  3. A ler mais este post lembrei-me da nossa visita a um bar na Fonte da Telha e do tempo que passámos a rir da maneira como o “menu” estava escrito 🙂

    Ainda o tenho comigo, vou tentar digitalizar para partilhar com todos!

    Grande abraço

  4. Em matéria de pontapés na gramática, não há nada que chegue ao bem português «Á tramoço e minuins» (isso mesmo, sem H).

    Se o português não é bem tratado no país onde nasceu, não se pode exigir melhor aos outros. 😉

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