Huambo
Afonso Loureiro
Chegámos ao Huambo num dia de chuva que descia de um céu cinzento-escuro, rasgado aqui e ali por relâmpagos brilhantes. Gotas grossas e quentes precipitavam-se com violência, mas com espaçamento suficiente para conseguirmos distinguir uma por uma a bater na placa do aeroporto.
A chuva molhava e ensopava, tornando transparente a camisa branca e colando as calças às pernas. A chuva molhava e escorria pelo corpo, mas não enregelava. A sua temperatura fazia lembrar o suor nos dias quentes e húmidos do Verão de Luanda.
Ainda antes de sair do aeroporto percebemos que não estamos em Luanda. Alguém se aproxima e pede licença para passar entre duas pessoas que conversavam.
Outra vez de cara lavada
A breve visão que se tem da cidade enquanto se vai do aeroporto ao hotel é a de se ter chegado a um qualquer lugar importante, com as ruas bem organizadas e cheio de potencial. Só depois reparamos nos buracos de balas nas fachadas, nas cicatrizes deixadas pelas granadas nos edifícios, nas construções inacabadas há décadas, nas fábricas esventradas…
Tal como no resto de Angola, só se vêem mulheres a trabalhar. Os homens esperam nas filas para a gasolina, procurando abastecer o seu táxi de duas ou quatro rodas com que passeiam pela cidade. Mas estes cumprem o código. Param nas passadeiras e respeitam os semáforos.
Taxista em serviço, taxistas abastecendo
Ao contrário do que acontece em quase todo o país, os jardins públicos estão cuidados. A relva é aparada e propagada para talhões novos folha a folha. Não há jardineiros, só jardineiras…
Jardineiras
Muitas das ruas não chegaram a perder o seu antigo nome, até mesmo aqueles que teriam sido mudados com a queda do regime fascista. Na verdade, as ruas mudaram de nome, mas tiveram o bom senso de manter todas as placas.
Avenida da Independência
Se, em Luanda, os empreendimentos procuram ter um nome patriótico, no Huambo têm nomes familiares para os que deixaram esta terra em 1975. O empreendimento Norton de Matos, em construção, é um bom exemplo.
A praça central do Huambo, só por si um monumento à arquitectura do Estado Novo, foi recuperada. Mudou de nome, homenageando o primeiro Presidente Angolano, no entanto, as placas toponímicas homenagenado o primeiro Presidente Português ainda lá estão.
Agostinho Neto, na sua praça, antiga Praça Manuel de Arriaga
Os edifícios dos ministérios viram as suas feridas saradas e até o Palácio do Governador, que ficou em muito mau estado durante a guerra civil, parece novo.
Agora é preciso esperar que deixe de chover, para ir conhecer as ruas e as pessoas do Huambo.
Olá Afonso,
É precisamente como dizes… Eu estive no Huambo em Agosto passado e foi exactamente essa a visão com que fiquei de lá… Uma cidade organizada, limpa e de trânsito desafogado…
Enfim, tudo bem diferente de Luanda…
Vêem-se também muitas vivendas do tempo colonial, em ruas bonitas e arquitectonicamente organizadas…
A única coisa que não gostei no Huambo foram as baixas temperaturas no final do cacimbo, lá no planalto central… Não levei nem um casaquinho e rapei um bocado de frio…
Um abraço
Colibri
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Os meus últimos sentires…
Eis-me aqui: Testemunho dramático…
Colibrir as Emoções: A filha da onça…
Traços de Angola: Parte 12 – Fotos do Lobito (Parte II)…
Corais dos Recifes: Camarões ornamentais…
É realmente pena que as fotos não sejam rotuladas. Para quem nasceu ou viveu no Huambo, muitas memórias já se perderam. A identificação das fotografias ajudaria a recuperar muitas dessas memórias.
Para quem não viveu no Huambo, rotular as fotos será uma tarefa difícil…
Aceitam-se sugestões.
Gostei bastante do artigo sobre a cidade.Huambo está lentamente a voltar a sua antiga gloria.Mais alguns anos e acredito que as coisas estarão ainda melhor!
Um abraço.
De um natural do huambo.
Oi amigo Afonso
São espectaculares as fotos do novo Huambo ….
Renascido das cinzas , qual Fénix !!!!!!!
Sou natural do Huambo , Bairro Fátima ,1961 ,mas já aí não vou desde 92 , altura das 1ª eleições ….
A minha familia é do Cuma , hoje UKUMA .
Se conseguir umas fotos de lá , agradecia , pois agora vivo em Lisboa .
Saudações angolanas e continue se puder , claro !!!!!!
Abraço Tiago .
Ai quem me dera um dia poder voltar. A essa terra tão bela, que deixei sem querer, posso estar a sonhar, ou talvez reviver, mas quem me garante que não estou certa. quando me sento aqui, junto a este écran, dá-me uma angústia, que nem sei, como demonstrar, se um dia tiver a sorte de pisar esse chão,
Calhei de passar e ver este acutilante aerograma. Conheci este ano, e pela primmeira vez terras africanas e o Huambo foi uma delas. Fiqquei emcantado com a terra e com os habitantes, Em blog da sapo, denominado: aquimetem , tenho estado a expressar as minhhas impressões de viagem, que são coincidentes e cabem neste Aerograma. Os meus parabéns.
Depois de um interregno de 10 anos estarei de volta a essa magnífica terra africana, embora só tenha estado por Luanda é muito reconfortante saber que o próximo destino está bem melhor que a capital.
Obrigado pelas excelentes fotos.
estive na bela e maravilhosa terra do huambo fiquei inteiramente encatado com tudo que la vivi,des das baixas tenperaturas aos jardins,realmente quem viu o huambo no periodo de querra e quem ve fes.se um grande trabalho,so espero que os governantes que la passarem deiam o seu maximo para melhoria daquela populaçao humilde,respeitosa trabalhadora e estudiosa acima de tudo,fiquei emocionado quando visitei o mercado da baixa deparei.me com uma senhora aparentememte na casa dos cinquenta vendendo hortalissas no mesmo tenpo estava revisando no seu caderno falando com o cliente de que estava adesarrumar a sua bancada porque teria exame uma hora depois.olhei atentamente para a mama,e disse a minha esposa este e o meu povo…ela respondeu-me realmente sois muinto diferentes.
Na província vi um grande empenho dos mais velhos, que não puderam ir à escola durante a guerra, para aprender. Já não usam batas como os meninos, mas dedicam-se muito ao estudo. Essa senhora é um belo exemplo disso mesmo.
Estou em Lisboa depois de ter estado 8 meses na Cidade Jardim, o frio aqui doi…lá…o carinho e afectos proliferam, só gente boa, a nossa cidade está martavilhosa, todo o mundo está empenhado em limpar e alindar o berço. Amo o Huambo. Voltarei breve. A Calunda espera-me.
Olá sou natural de HUAMBO, nasci em 1957 e estudei até 1974.
Frequentei a escola Comercial Sarmento Rodrigues, gostaria de encontra colegas mhs… uma delas a BELINHA,pretinha mt linda e simpática, quemm a conhecer avise p.f.
MEU EMAIL mi.lurd.sl@hotmail.com vivo em Portugal
ABRAÇOS A TODOS HUAMBENSES
GOSTEI MT DE VER FOTOS DE HUAMBO, EU MOREI MTS ANOS NO B. DO CAMBIOTE, MAS FREQUENTAVA MT O B. SÃO JOÃO PK TINHA
LÁ FAMILIARES MEUS….
TENHO IMENSAS SAUDADES , EM BREVE IREI ATÉ MH TERRRA NATAL….
MEU SONHO É FICAR LÁ VIVER E TRABALHAR, AJUDAR A DESENVOLVER MH TERRRA.
ATÉ BREVE, SAUDAÇÕES