Regressando ao ritmo
Afonso Loureiro
O Aerograma é sempre escrito com alguns dias de antecedência, para precaver eventuais percalços com a ligação, faltas de electricidade ou de inspiração. As férias são sempre um período crítico, em que a reserva de artigos se vai esgotando à medida que os dias passam.
Descobri que a escrita sobrevive do hábito. Se o fizermos todos os dias, torna-se mais natural e não é preciso estudar com tanta atenção o parágrafo seguinte. Mas não é como andar de bicicleta. Paramos por uns dias e é necessário recomeçar. Algo dentro de nós adormece profundamente.
De novo em Luanda
Nos dias bons, os artigos escrevem-se a si mesmos. O seu fio condutor é, por vezes, uma ideia pequenina ou um fragmento de pensamento que acaba por nem aparecer no texto final. Gosto destes artigos, que apenas precisam de mim para carregar nas teclas.
No final das últimas férias, estive quase a quebrar a cadência de um artigo por dia. Tinha os rascunhos quase prontos, mas nenhum deles me compelia a terminá-lo. Foi quase um mês sem escrever, sem me embrenhar na vida de Luanda e dos seus habitantes.
Dias depois, ainda há notas que teimam em não querer ser promovidas a rascunhos e rascunhos que insistem em ficar a fermentar, mas muitos outros já foram publicados. Um deles, que tomou o freio nos dentes e só parou quando se cansou, marcou o regresso ao ritmo. Agora é continuar!
Afonso, coloquei um post seu na minha Rede Furada, conforme combinamos. Obrigada.
Gostei (também) de seu método de trabalho. Organizado, mas deixando espaço para a criatividade.
Boa sorte!
Nem de propósito, estava a’falar’ no chat com um amigo meu e estavamos a falar precisamente deste assunto: uns dias as palavras saem, outros nem por isso… e se deixamos de aparecer uns dias ficamos todos ’empenados’
Cump
Reflexos