Aerograma

Isento de Porte e de Sobretaxa Aérea

18  07 2008

Ilha de Luanda

A Ilha de Luanda é hoje uma península que engorda a cada dia que passa. A sul vai alargando em direcção à nova marginal que passa mesmo abaixo do Palácio Presidencial e ao lado do monumento que se está a construir. Parte deste alargamento foi absorvido por um bairro de auto-construção, digamos.


A parte sul da Ilha de Luanda

A parte norte é a Ilha de Luanda mais turística. É aqui que ficam os restaurantes e clubes mais famosos. E mais caros também. Vir à Ilha é quase como ir ver a torre Eiffel. A comparação não será justa, mas mal cá cheguei disseram-me que tinha de ir à Ilha… Por esta ordem de ideias, ir ao Mussulo deve ser como ir ao Louvre.

Mesmo na ponta norte há um farol que guia as centenas de navios que esperam a sua vez para entrar na barra de Luanda. Alguns devem estar no mesmo sítio em que os vi quando cheguei de avião. É uma luz de esperança. Um dia chegará a sua vez.


Confesso que fomos ver as vistas

Mesmo sendo Inverno, com uns modestos 25 graus, que aqui quase equivalem a uma vaga de frio, havia gente na praia. Malucos diriam os kaluandas. Não cabe na cabeça de ninguém ir para a praia na época dos cacimbos. Curiosamente, em Luanda ainda não apanhei nenhum, mas ouvi dizer que em Malanje já há semanas que se anda no meio da sopa.


Estive mesmo lá

Aproveitei para espreitar a praia. Nada de ir enfiar os pés na água. Na consulta de medicina tropical tiveram o cuidado de referir quatro vezes que banhos de mar em Luanda são proibidos. Cinco milhões de pessoas sem um sistema de tratamento de esgotos a funcionar convenientemente é capaz de tornar a água um pouco insalubre. Fiquei-me por um pequeno passo para o homem, mas um salto gigante para a minha curiosidade.


Enquanto uns vão a banhos, outros ganham a vida

À volta do farol há, como não podia deixar de ser, um mercado informal. Para além das vendedoras com a mercadoria à cabeça, há também umas bancadas montadas com artesanato e comida. Como é um ponto mais turístico, as coisas parecem mais organizadas.


De várias maneiras

A bandeira nacional está presente em todo o lado, até nas embarcações mais modestas. Nos dias em que os Palancas Negras jogam, toda a gente traz uma.

No meio de todas as coisas estranhas que se vendem, por vezes há algo que nos capta a atenção e que nos leva a pagar alguns Kwanzas. Desta vez foi a ginguba. Amendoins torrados, vendidos a copo. Como é habitual, há dois tamanhos à venda. Copo grande (cerca de 250 ml) e copo pequeno (cerca de 150 ml). Perguntámos o preço. Deram-nos o preço para branco. Dissemos que era caro. Baixaram para metade. Ainda era caro, mas comprámos. Eram bons!


Ginguba: 100 Kz o copo pequeno, 200 Kz o copo grande. Depois de regateado

O próximo passo é ir até ao Mussulo. Já nos fomos informar dos preços dos barcos, mas é certo e sabido que nos vão fazer os da época alta…

Acerca do autor

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Nascido no século passado com alma de engenheiro, partiu para Angola, de onde envia pequenos aerogramas.

2 respostas a “Ilha de Luanda”

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  1. Os preços podem ser de epóca alta e de branco, mas se a experiência valer a pena, isso é que interessa.

  2. muito bonito angola

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