Passeio por Luanda
Afonso Loureiro
Nos últimos tempos a internet luandense mostrou que padece dos mesmos males que a água e a electricidade. Nem sempre há e quando desaparece não se sabe quando volta. Mas, ao contrário do que se passa com os outros dois serviços, para este não temos uma segunda linha. Não há nas traseiras um gerador de internet a gasóleo ou três metros cúbicos de pesquisas no Google. Quando não há, não há mesmo. Para contornar eventuais falhas no serviço, tenho-me desenrascado com a publicação programada de artigos e com alguns minutinhos de net cravados aqui e ali. Por isso os próximos dias já estão assegurados.
Nesta passada semana acabei por não ver muitas coisas novas de Luanda. As visitas aos arredores parecem ter já terminado e agora aparecem outras coisas para fazer. Aproveitei uma tarde de Domingo para ir conhecer, finalmente, o que rodeia a nossa morada.
A dois passos da porta de casa, está o antigo Cinema 1º de Maio, onde agora que se tiram as cartas de condução, na escola de condução Tropical. Mesmo ao lado está um edifício que diz “Assembleia Nacional” mas à porta tinha um sujeito atravessado, a curtir uma monumental bebedeira… Em frente está um pedestal vazio. Em eras passadas teve umas inscrições. Agora estão apagadas e não consegui identificar nem uma letrinha. Lá no tempo do colono deve ter sustentado uma estátua importante.
A expansão marítima Portuguesa
Fiz meia volta e subi até ao antigo Liceu. Está com um ar usado mas não tão degradado quanto alguns edifícios da sua época. O painel de azulejos continua imponente.
Não levei máquina fotográfica. Primeiro quis saber como era o ambiente. Não me senti inseguro e só fui abordado por controladores uma vez. Vim sozinho para uma voltinha de quase uma hora, em que pude apreciar melhor uma cidade que se apresenta tão diferente a cada novo olhar. Comprei pão e voltei para casa. Lanchei. Não havia net.
Não havia net, mas vejo que a voltinha aos arredores da casita valeram a pena. O painel é muito bonito.
Que saudades!!