O Desejado enjeitado
Afonso Loureiro
O fenómeno Obama varreu África de Norte a Sul. Por uns meses, tornou-se O Desejado de África, representado a esperança de todo um continente num futuro melhor. Talvez um sentimento semelhante à Saudade portuguesa, ansiando por um futuro irreal, mas de forma menos nostálgica.
Muitos apontaram que este salvador dos africanos só tinha este estatuto porque estava longe e por lá ficaria. O facto de ser mulato e dos pais serem estrangeiros no país em que nasceu, impossibilitaria a sua eleição em quase todos os países africanos que o chamavam de herói. De desejado passa a enjeitado, conforme o continente em que está.
Foi um sinal positivo que o presidente dos EUA tenha sido eleito sem olhar à cor da pele. Espero que a admiração que os africanos têm por ele permita que consigam fazer o mesmo daqui a uns tempos. Por enquanto, as discussões ainda terminam com um insulto racial qualquer.
O Desejado
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