Quando se emenda o plágio com… plágio
Afonso Loureiro
Por várias ocasiões, imagens e até mesmo artigos inteiros do Aerograma foram publicados noutros blogs. Às vezes foi-me pedida autorização prévia para o fazer, outras vezes não. Mas mesmo nestes casos, a sua maioria indicou a origem do material usado e teve a cortesia de incluir uma ligação de volta. Há quem diga que este gesto distingue quem bebeu chá em pequenino.
Bem sei que há muita gente que acha que «se está na net, é de todos», mas os direitos de autor existem e devem ser respeitados. Devido ao uso abusivo de uma das minhas imagens, passei a incluir em todas uma discreta legenda indicando os direitos de autor. Sempre ficaria descansado se, por lapso, não fosse referida a origem da mesma. Por outro lado, com duas notáveis excepções, devidamente assinaladas, todas as fotografias do Aerograma são de minha autoria. Faço disso um ponto de honra.
Nos últimos meses publiquei alguns artigos dedicados à confusão toponímica de Luanda e não estranhei quando, pouco tempo depois, outros pegaram no mesmo tema. Na verdade, até senti uma pontinha de orgulho que, escusam dizer, é pecado mortal.
Inocentemente, acreditei que a legenda em cada fotografia lembraria que a imagem é fruto do meu trabalho. O Aerograma não tem fins comerciais e nem sequer tem publicidade que ajude a pagar as despesas de manutenção do domínio ou alojamento, mas isso não quer dizer que os seus conteúdos possam ser usados como bem se entenda.
Só que o uso abusivo das imagens não se ficou pela simples cópia, já chegou ao extremo de ver fotografias minhas cortadas de modo a excluir a legenda. Usar sem permissão não é bonito, mas retirar o nome do autor é roubo.
Deixo-vos um pequeno exercício para descobrir as diferenças entre imagens publicadas aqui e noutro lugar.
Original: Publicada a 3 de Janeiro de 2009
Cópia: Até o nome do ficheiro é o mesmo
Quem julga que é caso isolado, está enganado. No mesmo blog, umas semanas depois, o mesmo tornou a suceder. Na altura deixei passar porque poderia ser uma das imagens que não tinha sido publicada com a legenda (situação já corrigida para as mais de mil imagens do Aerograma), mas à segunda senti-me ofendido.
O curioso é que associa as minhas imagens a um semanário, quase como se fossem parte integrante do mesmo. Começo a pensar se não terão já ido parar aos jornais, como aconteceu com pedaços de outros blogs.
Publicado a 6 de Junho de 2009
Será que, tirando a minha, não há máquinas fotográficas em Luanda apontadas aos sítios certos.
O Aerograma faz parte dos seguidores, mas isso não impede que se lhe roubem imagens
Esconder o autor para disfarçar o plágio é feio, muito feio.
O direito ao reconhecimento não deveria ser negado de forma tão pouco educada. Julgo que não esteja a fazer nenhuma exigência impossível, o respeito pela obra alheia faz parte do bom senso. E do código deontológico dos jornalistas, acrescente-se.
Contactei o autor dos artigos no dia 26 de Junho de 2009, para que incluisse a origem das imagens ou colocasse as versões originais. Aceitou os meus comentários e respondeu com cortesia, mas continuou sem corrigir a situação. Alguns dias depois insisti para saber quando tencionaria corrigir a situação, incluíndo o nome do autor ou trocando a fotografia.
Não se pode invocar desconhecimento
Quase duas semanas depois, houve alterações. A emenda foi pior que o soneto.
Será que ir cortando a imagem substitui indicar o nome do autor?
Adenda:
Dois dias depois de publicar este artigo, fui espreitar o local do crime, só para ver se tinha havido evolução. Tive uma nova surpresa…
De corte em corte…
Será que é difícil perceber que de corte em corte a situação não se resolve? Custa-me a acreditar que este seja um exemplo do jornalista angolano médio, incapaz de respeitar sequer os direitos de autor. Custa-me ainda mais que insista no erro, em vez de assumir a falta.
ahahahahahah é preciso ter lata ou ter falta de imaginação!!!! Até parece anedota
E diz-se jornalista?? Que falta de imaginação mesmo!?
Onde está a criatividade?? Originalidade??! Enfim!
Há cada um…
Caro Afonso,
Deve ser por considerar o Aerograma o “melhor dos expatriados”, isto é, o melhor dos desterrados, logo, é bom que fique agradecido por estar a ser roubado. Haja paciência!
Os meus cumprimentos.
elmiro
Sugiro uma marca de água em toda a extensão de cada imagem.
Já sabemos que a melhor maneira de não nos roubarem “peças” é usarmos “rebites”… 😉
Faz-me lembrar as Lacostes da feira de Carcavelos. Afinal é tudo contrafacção.
Estes casos são vergonhosos, sobretudo vindo de jornalistas ou aspirantes a… Achei particularmente interessante a forma tão “politicamente correcta” da resposta, incentinvando-te até à compra do tal jornal. Tem uma certa graça, o senhor. Eu já tive um post meu, totalmente copiado por um certo jornal que eu não refiro o nome (Jornal de Angola…não resisti ah ah ah). E achei indecente. E sabe-se lá quantos outros textos, do meu e de outros blogs, foram copiados por este jornal. Fazer alguma coisa? Não sei se vale a pena nestes casos. Talvez a melhor atitude, seja mesmo a de mostrar o teu descontetamento, no teu espaço, tal como o fizeste.
Normalmente ponho o © em grande numa zona da foto que fica difícil cortar e não desnaturar…
O que lhe custa pôr o link do blog ? Epaaaaa.
Esse senhor jornalista não sabia o que era plágio, com toda a
certeza, pensou que seria algum doce conventual cá do Puto.
Espero que já tenha aprendido.
Pelo contrário, é de cá do Puto.