Caxito
Afonso Loureiro
Ao contrário do Dondo, que sempre foi o meu destino final noutros passeios, o Caxito, uma pequena cidade a meia centena de quilómetros de Luanda, no caminho para Uíge ou M’Banza Congo, tem sido apenas um ponto de passagem onde nunca me dei ao luxo de passear sem hora marcada. Ali mesmo ao lado fica a Barragem das Mabubas, pelo que se percebe logo como a comparação seria injusta. Mesmo assim, já lá almocei e fiz a minha quota-parte de fotografias.
A caminho
A primeira impressão que tive da cidade foi estranha. Pareceu-me bem organizada e limpa, comparada com Luanda, mas com um ambiente um pouco mais opressivo. Talvez porque para lá norte da vala haja apenas capim rasteiro, nos talhões de cana-açucareira abandonados e toda a cidade viva encostada a uma fronteira invisível quase parecendo o limite de um campo minado. As ruas vazias perto dos edifícios oficiais, ao contrário do que acontece no Dondo também terão contribuído para o ambiente pesado.
O antigo coreto é agora um quiosque
O Caxito desenvolve-se ao longo de uma estrada, como algumas povoações ribatejanas, pelo que a visita à cidade é feita começando numa ponta e acabando noutra.
Logo depois de cruzar a vala de irrigação que tem acompanhado a estrada pela direita, chegamos ao centro da cidade, onde se encontram os edifícios oficiais, as igrejas principais e as casas mais antigas. É também aqui que a povoação aparenta ter mais quarteirões paralelos à estrada e, mesmo aos Domingos, é possível encontrar um restaurante aberto, o que dá muito jeito.
Arquitectura moderna
As primeiras impressões confirmaram-se noutra visita quando, ao tentar fotografar uma igreja, fomos abordados por um polícia dizendo que era proibido fazer fotografias no Caxito sem autorização do Governo. Fez-me lembrar a proibição de fotografar a sede do MPLA no Huambo. Parece que a guerra ainda não acabou por aqui.
Nem o sino ficou como recordação
A questão resolveu-se sem discussão ou gasosas. Arrumámos as máquinas e desejámos um bom dia ao senhor, que deve ter ficado todo satisfeito por ter cumprido a sua missão. Ainda equacionámos mostrar-lhe a folha com as orientações do Comando Nacional da Polícia em relação à fotografia em locais públicos, mas suspeitámos que ele haveria de insistir que tinha razão até nos cansarmos.
Interior da igreja
Recentemente, o Caxito ficou famoso pelas piores razões. A vala de irrigação que acompanha a estrada ao longo da qual a cidade cresceu é usada para fornecer água para beber, cozinhar, lavar a roupa ou carros, tomar banho e nadar, mas também de latrina pelos mais preguiçosos. Como seria de esperar, uma epidemia de cólera grassou durante meses na região.
É melhor não pensar muito nisso quando nos servem salada no restaurante…
nessa igreja do Caxito nos idos de 1975, nós alunos do paulo dias de novais- depois ngola kiluange (ao lado dos maristas do pão de açucar na estrada para catete por trás da escola industrial fomos em retiro a pé e de maxibombo até aí…foi celebrada uma missa… eu fiquei aí no andar de cima…teve obras aí? está tão bem conservada…
É com muita saudade que vejo as fotos principalmente a de santa ana do caxito onde fiz a 1° comunhão e me crismei
Foi o padre Lourenço que muito trabalhou e foi ele que fez tudo , ele era um mestre de obras excelente
Caro Afonso Loureiro, não nos conhecemos, mas conheci bem a cidade do Caxito no ano 1973, quando estive com a compenhia de caçadores 3441 à qual pertencia, aquartelado nas Mabubas.
Regularmente fazia a viagem entre as Mabubas e a cidade Luanda, sendo como o ” mensageiro “, visto transportar para o Quartel General a correspondência não só da companhia 3441 como também da sede sediada na Fazenda Tentativa e ainda a do aquartelamento sediado no Caxito. Tal missão em dada altura proporcionou-me um processo desciplinar, consequência de uma parda de uma carta oficial entre estas duas localidades. Enfim, histórias de um passado que deixou recordações felizes mas também tristezas. Também tenho um carinho muito especial por essa cidade, porque foi nessa localidade que eu tirei a minha carta de condução ao volante do famoiso “carocha “. O exame decorreu básicamente nessa avenida que tinha e se a memória não me atraiçoa, o estabelecimento dos conhecidos ” Regos”, composto por padaria, talhos e bar, onde usulmente se fizeram as aquisições dos bens não só para as companhias mas também as particulares. Caro Afonso Loureiro, se ler esta mensagem e estiver na disposição, escreva, porque é agradável tomar conhecimento de locais que nos marcaram. Com um abraço de Figueiredo( Pinto) – Ilha da Madeira
O Caxito era a porta da guerra. Daqui para cima, muitas coisas podiam acontecer. Quicabo, Balacende, Beira Baixa, Onzo, Nambuangongo até ao Quixico, destino da C.CAV. 1772, em Dezembro de 1967. Voltámos ao Caxito 8 meses depois, onde comemos uma sardinhada maravilhosa, ainda que acompanhada com cerveja Nocal.
Hoje, depois de quase uma década de paz, o Caxito ainda respira o clima de guerra. É estranho.
O clima de guerra que se respira, talvez não seja assim tão estranho como lhe parece. É que o Caxito nunca deixou de ser a porta da guerra. E a quem viveu sempre em sobressalto, talvez não saiba ainda conviver com a paz. E os que nos sucederam eram bem piores. Oxalá se entendam, para bem daquela Angola linda.
Outras terras foram mais que a porta para a guerra, foram a linha da frente e o centro de muitas batalhas, mas poucos foram os lugares onde senti um ambiente tão pesado como no Caxito.
Hoje Caxito já não é a porta da guerra,mais sim do desenvolvimento tendo como prova disto a reinauguração da Central Hidroeléctrica das Mabubas acerca de trés meses e que passará a fornecer energia eléctrica as regiões que o ex-furriel miliciano,António Caldeira mencionou atraz,pois que a situação vai melhorando não só nesta vertente mais também no mais abragente, naquela região de onde fui nascido e das Mabubas em especial onde fiz os meus estudos primários. Bem haja o desenvolvimento para a região. guerra jamais! josé joão
Porquê Caxito!
Meus pais chegaram a fazenda Tentativa em Fevereiro de 1942
com quatro filhas com a idade de 10,12, 13 e 16, e em Junho de 1944 nasce no Cacuaco o unico filho rapaz e batizado na
igreja de Santa Ana, no Dande,
Cresci aqui,por isso Caxito
Também fui batizada na igreja de Santa Ana no Dande,e nasci no Caxito, em 1970, perto do quartel português, os meus pais tinham lá um café-restaurante, recordo com saudade! Gostava de um dia lá voltar!
Eu tambem vivi no caxito ate 1975 era filho do padeiro sr jose que foi padeiro no caxito depois no porto quipiri e finalmente nas mabubas alguem se lembra que saudades.Eu queria dizer a Alda Babo que trabalhei 2 anos no cafe do pai que era o sr manuel Babo ainda gostava de ter noticias vocas obrigado
Como leio com saudade os comentários. Nasci no Caxito em 1957 onde estive até 1968. Ficaram os meus avós e outros familiares os “Pirió”. Um dia penso regressar e pisar de novo a terra que me viu nascer…eu sou do Caxito e tenho orgulho nisso.
SO hoje vi a sua mensagem, fiquei muito contente, a minha mãe confirmou que trabalhou lá e pergunta se a sua mãe ainda é viva, o meu pai faleceu muito novo tinha eu apenas 14 anos. Moramos no concelho de Amarante e vocês? Cumprimentos para todos…Alda Babo
Alda fiquei contente de ter respondido nao sabia que o seu pai tinha falecido fique triste foi alguem que me ensinou algumas coisa na vida. a minha mae ainda e viva sempre foi muinto doente mas vai indo .O meu pai tambem faleceu a dois anos.EU estive trinta e dois anos em Franca mas agora moro em leiria.Acho que voce tinha outra irma nao me lembro o nome dela tambem vai bem? comprimentos para voces ..carlos silva
Olá Carlos, em primeiro lugar não me trate por você que parece que ainda chegou a andar comigo ao colo,a minha mãe manda um beijinho para a sua e tambem anda muito pouquinho derivado á coluna ja foi operada mas ficou igual ou pior, a minha irmã é mais velha que eu 1 ano mas não parece e chama-se Amandina Alcina e tambem ja é viuva á 15 anos e com 1 filho de 4 anos infelizmente, mas tem sido forte ja eu fico com depresões e tenho uma filha com 18 anos. E o Carlos tem filhos? Com que idade está? tem saúde? É bom recordar Angola não é? Cumprimentos para todos que se lembram de nós. Alda Babo